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Segurança

Fundador da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes é preso em MG acusado de sonegar R$ 400 milhões

Fundador da Ricardo Eletro
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Dayana Vítor
08/07/2020 - 15:28
Brasília

O empresário Ricardo Nunes, que é fundador da rede de eletrodomésticos Ricardo Eletro, foi preso nesta quarta-feira durante a operação Direto com o Dono, realizada pelo Ministério Público mineiro em conjunto com a Secretaria de Estado de Fazenda e Polícia Civil de Minas Gerais.


Ele é suspeito de participar de um esquema de sonegação de impostos que, ao longo de mais de cinco anos, deixou de pagar mais de R$ 400 milhões em tributos devidos a Minas Gerais. Além de ser preso, Ricardo Nunes teve cerca de R$ 60 milhões em bens bloqueados pela justiça para compensar os prejuízos aos cofres públicos.


A filha de Ricardo também foi presa e um irmão do investigado continuava foragido até o fechamento desta reportagem. Durante a operação, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nas cidades mineiras de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima, e também na capital de São Paulo e no município paulista de Santo André.


Segundo as investigações, as empresas da rede Ricardo Eletro cobravam dos consumidores o valor do ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, embutido nos preços dos produtos. Mas não repassavam o que deveriam para o governo mineiro. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, a rede tem dívidas grandes em outros estados, onde possui filiais.


O superintendente regional da Receita em Contagem, Minas Gerais, Antônio Vaz, explica que existem outras investigações relacionadas à sonegação de impostos das empresas Ricardo Eletro.


As apurações ainda revelaram que, apesar da rede de eletrodomésticos encontrar-se em recuperação extrajudicial, sem condições de arcar com as dívidas e por isso fechando unidades e demitindo pessoas, o fundador das empresas possui dezenas de imóveis, participações em shoppings na região metropolitana de Belo Horizonte e fazendas. Mas tudo registrado em nome de outras pessoas, como filhas, mãe e até um irmão, que também foi alvo da operação Direto com o Dono.


Até o fechamento desta reportagem, não conseguimos entrar em contato com a defesa de Ricardo Nunes. Já a Rede Ricardo Eletro emitiu uma nota para explicar que o investigado não faz mais parte de seu quadro de acionistas desde 2019. Ainda afirmou que as investigações dizem respeito à gestão anterior da empresa. Também garantiu que reconhece parcialmente as dívidas e estava em negociação para pagá-las antes da pandemia.

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