Causa da morte de João Alberto, espancado no Carrefour, foi asfixia

Assassinato do homem, que é negro, gerou protestos em lojas da rede

Publicado em 20/11/2020 - 21:45 Por Victor Ribeiro - Brasília

Quatro pessoas são suspeitas de envolvimento na morte de João Alberto Freitas, de 40 anos, espancado no supermercado Carrefour do bairro Passo d’Areia, em Porto Alegre. Duas delas estão presas. São os vigias do mercado.

A chefe de Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Nadine Anflor, comentou as prisões e informou que os quatro indiciados vão responder criminalmente por homicídio triplamente qualificado. Laudos preliminares indicam que a causa da morte foi asfixia.

Na noite dessa quinta-feira, João Alberto teria discutido com um caixa do mercado e, em seguida, foi levado para o estacionamento pelos dois seguranças. Quando o cliente perdeu a consciência, os funcionários do Carrefour chamaram a ambulância, mas quando o socorro chegou João Alberto já estava morto.

Os dois seguranças foram presos horas depois. Um deles era funcionário de uma empresa terceirizada e está detido em uma delegacia. O outro é policial militar temporário e foi levado ao presídio militar. A Brigada Militar abriu um processo administrativo que pode resultar na demissão do policial.

Ainda na madrugada começaram a circular as imagens que mostravam dois seguranças brancos imobilizando e dando socos e chutes no cliente negro. Essa sexta-feira foi o Dia da Consciência Negra, e diversos atos estavam agendados pelo país.

Durante todo o dia, manifestantes protestaram em frente ao Carrefour Passo d’Areia e a outras lojas da rede pelo país, pedindo justiça. O Atlas da Violência deste ano indica que 58 mil brasileiros morrem por homicídio todos os anos. A cada quatro vítimas, três são negras.

O governador gaúcho Eduardo Leite prometeu que os envolvidos vão responder por seus atos.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, se manifestou por meio das redes sociais. Disse que as imagens do espancamento são chocantes e causaram indignação e revolta.

Em nota, a rede Carrefour lamentou o fato, afirmou que rompeu o contrato com a empresa terceirizada de segurança e disse que o funcionário que estava no comando da loja será desligado. A empresa acrescentou que daria o suporte necessário à família de João Alberto. O Carrefour classificou o episódio como inexplicável e disse que não admite nenhum tipo de violência e intolerância.

Não é a primeira vez que funcionários do Carrefour se envolvem em episódios de violência. O mais recente foi em agosto deste ano, no Recife, onde funcionários usaram guarda-sóis e caixas de papelão para esconder o corpo de um outro trabalhador que tinha morrido dentro do supermercado, que continuava funcionando normalmente. Na ocasião, a empresa afirmou que a forma como tratou da ocorrência foi inadequada e pediu desculpas.

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