Estudo indica quase 2 mil mortes em ações policiais durante a pandemia
Relatório produzido pela Rede de Observatórios da Segurança aponta que em dois anos de pandemia de covid-19 foram realizadas mais de 20 mil ações policiais, com um total de 1.989 mortes, o que significa uma a cada dez horas. A organização, que reúne instituições acadêmicas e da sociedade civil, dedicada a acompanhar políticas públicas de segurança, analisou operações no período entre julho de 2020 e junho de 2022, nos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
O estado mais letal, considerando a proporção média de mortes por ação monitorada, foi a Bahia, seguida pelo Rio de Janeiro e São Paulo.
Ainda de acordo com o boletim Raio X, divulgado nesta quinta-feira, 76% das mortes violentas no país são causadas por armas de fogo.
Entre as forças policiais envolvidas nas ações no período analisado, a PM respondeu pela maior presença no cotidianos das cidades, seguida pela Polícia Civil, Guarda Municipal, Polícias Federal e Rodoviária.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou que os dados apresentados na pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança estão em total desacordo com a produtividade das ações policiais, com números subnotificados. Segundo a Secretaria, no período analisado houve foram apreendidas cerca de 100 toneladas de drogas, erradicadas plantações de maconha e 98 fuzis saíram as mãos de criminosos.
A Secretaria estadual de Polícia Militar do Rio respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que as ações da corporação “são precedidas e direcionadas a partir de informações do setor de inteligência e de órgãos oficiais, como o Instituto de Segurança Pública, sendo executadas com base em protocolos técnicos definidos pelas legislações e determinações judiciais vigentes”. E que apenas neste ano foram presos mais de 19.800 criminosos; apreendidos 2.300 adolescentes infratores e retiradas das ruas mais de 3.900 armas de fogo, sendo 221 fuzis.
A Polícia Federal, por sua vez, comunicou que não comenta declarações ou divulgações de outras instituições.
Até o fechamento desta matéria, não foram recebidas respostas das secretarias de segurança pública do Ceará, de Pernambuco e São Paulo, nem da Polícia Rodoviária Federal.
*Com informações de Agência Brasil