O ex-presidente da República Jair Bolsonaro disse que vai apresentar às autoridades todas as informações bancárias e fiscais solicitadas pela Polícia Federal (PF) no caso da venda ilegal de presentes de luxo recebidos no exercício do cargo.
A informação foi divulgada pelos advogados de Bolsonaro nessa sexta-feira (11). A defesa afirmou ainda que o ex-presidente jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos.
O anúncio ocorreu após a divulgação, por veículos de imprensa, de que a Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Jair Bolsonaro.
Nessa sexta-feira, a PF realizou operação que investiga o desvio de presentes de luxo do governo da Arábia Saudita entregues ao então presidente da República e a possível venda desses bens e ocultação dos valores.
A PF fez busca e apreensão em endereços do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, do advogado Frederick Wassef e do tenente Osmar Crivelatti.
Mauro Cesar Lourena Cid é pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que está preso desde maio.
A operação da Polícia Federal foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na decisão, Morais cita que Mauro Cid, o filho, atuou na tentativa de vender itens de luxo, para que o dinheiro fosse para os bens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Um dos produtos citados é um kit masculino de grife com caneta, um anel, abotoaduras, um rosário árabe e um relógio. A polícia constatou que o kit foi levado de volta para os Estados Unidos, em avião presidencial, para ser colocado em leilão. Os itens não foram arrematados por outros motivos.
Após investigação do Tribunal de Contas da União e de notícias na imprensa, os itens foram recuperados pelos investigados e, finalmente, devolvidos ao Estado Brasileiro, na agência da Caixa Econômica Federal.
A PF também identificou que Mauro Cid vendeu para lojas nos Estados Unidos itens de um segundo kit de joias, em ouro branco. Um relógio, da marca Rolex, em ouro branco e diamantes, chegou a ser vendido separado das demais joias.
Procuradas, as defesas dos alvos da operação da PF não responderam até o fechamento da reportagem.
