Pelo menos oito pessoas foram mortas por policiais na Operação Escudo, na cidade de Guarujá, baixada santista. Essa operação foi deflagrada após o assassinato do PM Patrick dos Reis, ocorrido na última quinta-feira.
Mas, a ouvidoria da Polícia Militar registrou 10 mortes, sendo que há denúncia de tortura e execução por parte de policiais em serviço e que a diferença nos números estaria no fato de que 2 mortes foram registradas como causa desconhecidas em Boletim de Ocorrência.
Além disso, segundo a assessoria da Ouvidoria da PM, o ouvidor foi emergencialmente para Guarujá nesta segunda para averiguar a situação. A Operação Escudo tem previsão para continuar por mais 30 dias.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que também participou da coletiva na manhã desta segunda (31), alegou que as mortes ocorreram durante confronto entre membros de organizações criminosas e policiais. E que, além das mortes, houve 10 prisões de suspeitos que se entregaram à polícia.
O secretário Derrite negou as acusações de execução e tortura feitas por PMs.
Douglas Belchior, co-fundador da Uneafro Brasil, que foi procurado pela família de uma das vítimas dos policiais, nesse fim de semana, falou que há evidências concretas de tortura e execução . Ele lembrou que nas redes sociais alguns policiais se vangloriaram das execuções e ameaçaram os moradores das comunidades do Guarujá com mais mortes.
Douglas acrescentou que a PM também é vítima dessa política de confronto. Disse que o comando da polícia que é o governador de São Paulo e o Secretário de Segurança Pública devem ser responsabilizados por essas mortes indiscriminadas.
Em relatório divulgado na última sexta-feira, os números de mortes provocadas por PMs em serviço aumentaram 26% no primeiro semestre deste ano em comparação a 2022.