Uma operação do Comitê Institucional de Recuperação de Ativos realizada nesta terça-feira (22) conseguiu sequestrar o equivalente a R$ 14 milhões em bens de um grupo econômico que há sete anos sonega impostos em Minas Gerais.
O comitê e formado pelo Ministério Público de Minas Gerais, Secretaria de Estado da Fazenda e Polícia Civil.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais de pessoas ligadas ao grupo em Belo Horizonte e em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha.
O grupo é um dos mais relevantes nacionalmente em extração de feldspato, e uma das únicas empresas a ter uma jazida própria para extração e beneficiamento do minério, matéria-prima utilizada na fabricação de vidros e cerâmicas.
Há dois anos, o grupo vem sendo investigado por declarar, mas não recolher os impostos devidos. A partir dessa prática, foram criadas pelo menos cinco empresas com CNPJs diferentes, para que a produção continuasse sem o pagamento do ICMS.
Segundo o promotor Rodrigo Storino, a sonegação de impostos foi adotada como modelo de negócios do grupo.
Durante a operação, foram apreendidos materiais de informática, celulares, R$ 200 mil em dinheiro e munições calibres 38 e .40. De acordo com a delegada Karla Hermont, funcionários de outras empresas serviram como laranjas para os empresários.
Já o superintendente estadual de Fazenda em Governador Valadares, Marcos Pinto, explicou como o grupo conseguiu sonegar os impostos por tanto tempo.
Mesmo com recolhimento dos R$ 14 milhões e as evidências de que houve intenção do grupo em burlar o fisco, a empresa, que hoje funciona no trabalho de mineração, pode continuar atuando. O grupo está sendo investigado por crime contra a ordem tributária lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ninguém foi preso.