O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou na tarde desta quinta-feira (15) medidas para melhorar a segurança nos cinco presídios federais de segurança máxima do país.
O anúncio veio depois da fuga inédita de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, Rio Grande do Norte, na madrugada da última terça-feira (12).
Entre as medidas, estão a modernização do sistema de câmeras, inclusive com o uso de reconhecimento facial de todos que entram nos presídios federais, e a melhoria do sistema de alarmes e sensores de presença.
Além disso, 80 policiais penais federais já aprovados em concurso estão sendo requisitados: parte deles seguirá para o presídio federal de Mossoró.
E a construção de muralhas em todos os presídios federais, como já existe na penitenciária federal do Distrito Federal.
O ministro também falou sobre como a fuga dos dois presos teria acontecido, de acordo com as primeiras apurações no presídio de Mossoró, destacando que a penitenciária estava em obras e que, provavelmente, as ferramentas não estavam guardadas.
Segundo Lewandowski, havia erros no projeto de construção do edifício, como na cela dos detentos foragidos, o que teria permitido a saída pela luminária.
A partir do teto do presídio, os fugitivos teriam tido acesso às ferramentas usadas na reforma do local.
Mais cedo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública nomeou o ex-diretor da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, Carlos Luís Vieira Pires, como interventor da unidade prisional de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Agente federal de execução penal desde 2006, Pires dirigiu a unidade prisional entre janeiro de 2019 e abril de 2023.
Desde maio do ano passado, Pires respondia pela coordenação-geral de Classificação e Remoção de Presos, do ministério, em Brasília.
E lá de Mossoró, ainda na manhã desta quinta, o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, explicou as primeiras medidas no presídio de segurança máxima na cidade.
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, as obras que estavam em andamento no presídio federal de Mossoró foram interrompidas.
Também estão suspensas as visitas, o banho de sol e os atendimentos presenciais aos presos, nos chamados parlatórios, nos cinco presídios de segurança máxima no país.
Mas, segundo o ministro Lewandowski, cada unidade pode avaliar a situação e aplicar as melhores medidas pra realidade local.
As outras quatro penitenciárias ficam nos estados do Paraná, no Mato Grosso do Sul, em Rondônia e no Distrito Federal.
Cerca de 300 agentes federais e também das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado, além das polícias estaduais do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do Ceará, estão na operação de captura.
Drones, helicópteros, sensores de temperatura, entre outras tecnologias estão sendo usadas na busca dos foragidos.
Segundo informações preliminares, confirmadas pela Agência Brasil, os dois fugitivos são Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento.
*Com apuração de Oussama El Ghaouri