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Segurança

Viva Maria: Brasil tem mais de 5 estupros de vulneráveis por hora

Programa entrevista coordenadora da campanha "Nem Presa, Nem Morta"
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Mara Régia - Apresentadora do Viva Maria
22/07/2024 - 08:00
Brasília
Brasília (DF), 17/02/2023 - Fotografia para ilustrar matéria sobre violência infantil, na foto uma criança é vista em silhueta através de uma porta. Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil
© Marcelo Casal/Agência Brasil

Os dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados recentemente, revelam que o número absoluto de estupros de vulneráveis coloca o Brasil em uma posição vergonhosa. São mais de cinco estupros de menores de 14 anos registrados por hora no país. 

Para melhor dimensionar a violência que afetas as crianças e mulheres brasileiras, o Viva Maria conversa com Laura Molinari, coordenadora da campanha “Nem Presa, Nem Morta”, mobilização que integra uma ação coletiva de comunicação para promover o debate público sobre as leis relacionadas ao aborto no Brasil.

No ano passado, os estupros contra vulneráveis, ou seja, contra menores de idade, representaram 76% dos casos. Foram mais de 64 mil registros. Falando especificamente do estupro de crianças com menos de 14 anos de idade, esses casos representam mais de 60% das ocorrências. Isso significa que mais de cinco estupros registrados por hora no Brasil foram de crianças com menos de 14 anos de idade.

De acordo com o Anuário de Segurança Pública, as vítimas nessa faixa etária são basicamente meninas, na maioria negras, quase sempre abusadas dentro de casa (mais de 60% dos casos). Em 84% das ocorrências elas são violentadas por familiares ou pessoas conhecidas. 

Laura Molinari, coordenadora da campanha “Nem Presa, Nem Morta”, explica que muitas vezes essa violência resulta em gravidez da menina. Algumas dessas gestações são de alto risco para a criança. Ela explica como a campanha tem atuado diante desse problema. 

“Então o que a gente está fazendo agora, enquanto “Nem Presa, Nem Morta” e outras organizações feministas, é realmente mobilizar a sociedade. Em junho já teve uma mobilização muito grande em torno da campanha “Criança Não é Mãe”, contrária ao Projeto de Lei 1904, que pretendia proibir e criminalizar o aborto em alguns casos, inclusive no caso de crianças abusadas e violentadas, que têm o direito ao aborto legal, não só por causa da violência sofrida, mas também porque corre risco de vida.”
 

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