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Segurança

Pesquisa revela que 1,4% das operações policiais no RJ são eficientes

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Carolina Pessôa - Repórter da Rádio Nacional
25/10/2024 - 19:19
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Operação policial após ataques às bases das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, em Copacabana. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
© Fernando Frazão/Agência Brasil

Apenas 1,4% das operações policiais realizadas na região metropolitana do Rio de Janeiro de 2007 a 2024 são consideradas eficientes. E quase 9% delas podem ser consideradas desastrosas. É o que aponta um levantamento do Grupo de Estudos Novos Ilegalismos, ,da Universidade Federal Fluminense, a UFF.

Além disso, 45% foram avaliadas como pouco eficientes; 30% como ineficientes; e 14%, como razoavelmente eficientes.

O estudo analisou 22.198 operações feitas pelas forças de segurança. E observou os impactos para os envolvidos, como número de mortos e feridos, a razão das ações e se foram efetuadas apreensões. As operações apontadas com menor eficiência foram aquelas com mais mortos e feridos, sem prisões e apreensões e ocasionadas por ações reativas como retaliações e perseguições improvisadas.

O método da pesquisa foram informações de veículos de imprensa sobre operações policiais ocorridas no período analisado.

O pesquisador Daniel Hirata, coordenador do grupo de estudos, chama a atenção para a gravidade dos dados encontrados.

“É muito impressionante a porcentagem das operações policiais que são ineficientes e me parece que é um grande indicador da disfuncionalidade da segurança pública no Rio de Janeiro”.

Ele também destaca que as operações são importantes, mas que não devem ser os elementos únicos de atuação neste contexto.

“É evidente que as operações policiais são instrumentos necessários dado o cenário conflagrado do Rio de Janeiro. Mas essas operações elas se rotinizaram, acabaram se tornando os elementos únicos da ação pública nessa área”.

Ainda de acordo com o pesquisador, a operação ocorrida nesta quinta-feira no Complexo de Israel, na zona norte da capital fluminense, pode ser considerada desastrosa. Foram registradas três mortes e três pessoas ficaram feridas.

O estudo também aponta uso abusivo de força por autoridades políticas e policiais, além de impunidade, corrupção e violência. Como resultado destes fatores, tem-se a manutenção de altas taxas de letalidade provocadas pelos agentes de segurança.

Em nota, a Polícia Militar informou que reconhece apenas o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro como órgão responsável por compilar índices de segurança. E que tem sido registradas quedas sucessivas em indicadores de violência. 

A corporação destaca ainda que a opção pelo confronto é uma conduta dos criminosos, que promovem ataques inconsequentes com armas de guerra não somente contra as forças de segurança do Estado, mas também contra toda a sociedade.

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