Atividades gratuitas no Rio antecipam comemoração do Dia do Índio
O Dia Nacional do Índio é no próximo sábado (19), mas as comemorações no Museu do Índio, em Botafogo, na zona sul, começam neste fim de semana. As atividades gratuitas, hoje (12) e amanhã, começam às 14h, com oficina de pintura corporal Kuikuro, povo do Parque do Xingu, em Mato Grosso, e de arte Fulni-ô.
Às 16h haverá apresentação de danças e cantos Fulni-ô, grupo que, de acordo com a vice-diretora do museu, Arilza Almeida, é um dos poucos do Nordeste que mantém forte as tradições. “O grupo de índios da etnia Fulni-ô, da aldeia de Águas Belas, em Pernambuco, entre os grupos do Nordeste, é o único que mantém a língua. Os índios fazem um esforço muito grande de preservação de suas tradições, e vêm mostrar para a gente um pouco de seus cantos e suas danças”.
O calendário de eventos vai até o dia 27 de abril. Entre os destaques está a mostra de autores indígenas A Floresta de Livros, feita em parceria com o Departamento Cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no dia 19. No mesmo dia será lançado o filme Karioka, do cineasta indígena Takumã Kuikuro.
Em Niterói, o Museu Janete Costa de Arte Popular vai abrir, no dia 16, duas exposições do acervo do Museu do Índio: Artes Indígenas e Etnodesign: Vontade de Beleza; e Poética Karajá: Arte Iny. As cerca de 100 peças poderão ser vistas até o dia 16 de agosto.
Arilza lembra que o Museu do Índio completou 61 anos em 2014 e, desde a sua inauguração, mantém as comemorações do Dia do Índio. Este ano, mesmo com as obras de revitalização do sistema de ar-condicionado no casarão principal, as atividades estão mantidas nos jardins e áreas externas.
“O museu tradicionalmente tem essas atividades e a gente espera em breve voltar com novas exposições. Estamos com o projeto bastante adiantado, e continuar com o trabalho do museu, de registro de línguas e culturas indígenas, os projetos, revitalização do acervo, todos os trabalhos têm dito continuidade. Só o casarão, a parte expositiva, que está em obras”.
Para a vice-diretora do museu, apesar dos problemas que envolvem a questão indígena no país, o índio tem o que comemorar no seu dia. “É uma luta histórica, uma luta difícil, mas eu acho que o importante é que eles estão lutando. Acho que cada vez mais a gente tem associações, eles estão buscando canais de luta, buscando seus direitos e isso é o caminho”.
A programação completa das comemorações no Rio de Janeiro do Dia do Índio pode ser consultada na página do Museu do Índio na internet.