RioFilme lança editais para digitalizar salas e para produção de cinema,TV e web
Em meio às reivindicações de cineastas, que cobram maior diversidade de projetos contemplados por financiamentos, a Empresa de Distribuição de Filmes S.A (RioFilme) lançou hoje (1º), durante o Festival de Cinema do Rio, cinco editais para o setor audiovisual da cidade, somando R$ 10,16 milhões. Mais de 40 projetos devem ser contemplados nas áreas de cinema, web e televisão.
Para as linhas de investimento seletivo não reembolsável, que são submetidas a comissões de avaliação, as inscrições começam hoje e vão até o dia 26. São três linhas desse tipo. Uma de séries para o YouTube, com dez projetos, que receberão R$ 100 mil cada. A segunda, contemplará aproximadamente 15 filmes de ficção, animação ou documentários, com até R$ 400 mil para produção individual ou R$ 200 mil para finalização. A última, para 11 projetos de curtas, disponibilizará R$ 60 mil para cada. Conforme a RioFilme, os recursos serão pagos ainda este ano.
As outras duas linhas são de investimento automático, de fluxo contínuo, uma reembolsável e outra não reembolsável. A primeira é para seis projetos de TV, com R$ 500 mil cada. A outra, para digitalização de cinco salas de cinema com perfil cultural e para compra de novos projetores, sistemas de som e telas, com até R$ 200 mil cada uma.
A RioFilme anunciou que o Cine Glória será revitalizado e passará a ter programação voltada para filmes brasileiros, clássicos do cinema e filmes de arte estrangeiros. Também terá eventos cinematográficos, direcionados ao público infantil. A sala tem 110 lugares e fica no Memorial Getúlio Vargas, na Glória, zona sul do Rio.
Após os anúncios, o diretor-presidente da RioFilme e secretário municipal de Cultura, Sérgio Sá Leitão, respondeu a perguntas de representantes do movimento denominado "Rio: mais cinema menos cenário". Um dos principais questionamentos foi a razão de os investimentos reembolsáveis serem mais volumosos que os não reembolsáveis, que são voltados à produção selecionada por critérios culturais.
Leitão adiantou que está sendo discutido o fim dos não reembolsáveis, que são os que geram renda para a empresa, a partir do desempenho do filme. Observou que, nesse caso, seria necessário apenas identificar se o investimento tem critérios culturais ou econômicos e se é seletivo ou automático.
Diante das preocupações dos cineastas, salientou que a secretaria não vai acabar com a distinção entre os mecanismos. "A questão é abolir a ideia de que os projetos escolhidos com critérios culturais não podem ser reembolsáveis. O potencial de receita não estará em discussão na seleção. Uma vez que tenham receita, a RioFilme será sócia", assegurou Sérgio Leitão. Acrescentou que a mudança favorecerá o setor com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, que exige reembolso dos investimentos.
Os integrantes do movimento querem que os investimentos por critérios culturais sejam garantidos por lei. Também pediram que as comissões de avaliação de projetos sejam mais diversificadas. O secretário disse estar aberto à indicação de nomes para as comissões, mas afirmou ter dificuldades, porque a lei proíbe de integrá-las quem pode inscrever projetos.