Festival internacional oferece 60 concertos com violoncelo em destaque

Publicado em 14/08/2015 - 00:00 Por Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Criado em 1994 com o objetivo de popularizar a música clássica, o Rio International Cello Encounter chega à 21ª edição oferecendo, até o próximo dia 23, um total de 60 concertos gratuitos em 18 espaços culturais da cidade do Rio de Janeiro, além dos municípios de Barra Mansa e Volta Redonda, no sul fluminense. As apresentações de músicos brasileiros e internacionais têm o violoncelo como protagonista, mas, muitas vezes, em combinação com outros instrumentos e interação com outras artes, como a dança, a poesia e as artes plásticas.

Na abertura oficial, na noite desta quinta-feira (13), no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, zona sul da cidade, o violoncelista David Chew, idealizador do Rio Cello Encounter, recebeu seus colegas de instrumento Dave Haughey e Eugene Friesen e o grupo Choro na Feira. Os músicos fizeram um concerto em celebração aos 450 anos do Rio de Janeiro, reunindo choro e música clássica.

O encontro entre o clássico e o popular já faz parte, há várias edições, do repertório do festival. Nos concertos, o cello contemporâneo convive com o choro, o jazz, o tango e o rock, em programas que reúnem obras de Bach, Brahms, Strauss, Fauré, Villa-Lobos, Piazzolla, Beatles e vários outros compositores.

Além do norte-americano Haughey, David Chew destaca entre as atrações internacionais deste ano o violinista alemão Matthias Jakisic, o duo holandês Ernst Reijseger e Harmen Frannje, o bandoneonista argentino Tito Cartechini e o pianista holandês Gijs Andriesse. Os destaques nacionais ficam por conta do grupo Violoncelos da Unicamp, de São Paulo, da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e da Orquestra de Cordas de Volta Redonda.

Músico inglês radicado no Rio e apaixonado pelo Brasil, Chew criou o Rio Cello como forma de homenagear o maestro e compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959), sua maior inspiração. A exemplo de outros eventos culturais, o Rio Cello enfrentou este ano dificuldades financeiras para a realização. “Em qualquer crise econômica, cultura e arte sempre sofrem cortes de verbas. O festival tem patrocínio [do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES], mas depende dos apoiadores e principalmente dos integrantes. Músicos, equipe técnica, produção, é um movimento em torno do Rio Cello para que tudo dê certo”, reconhece o idealizador do evento.

Ao longo desses 21 anos, o Rio Cello Encounter foi criando vertentes. Uma delas é o Cello Dance, que está na 9ª edição e este ano terá, além das apresentações nas duas semanas do festival, uma programação exclusiva em setembro, no Centro Cultural Correios. O Cello Dance reúne músicos e bailarinos de formação clássica, moderna e contemporânea em coreografias criadas especialmente para o evento.

A outra vertente é o Cello Tinta, projeto que abre espaço à criatividade das crianças das comunidades cariocas. Em sua quarta edição, o Cello Tinta conta este ano com a participação do músico escocês Charles Watson, que vai ministrar oficinas de arte na Vila Olímpica da Maré, no Pavão Pavãozinho e no Centro de Referência da Música Carioca, na Tijuca, zona norte do Rio.

Para Chew, a música engloba todas as formas de arte e a novidade este ano fica por conta da poesia. O Cello Poema, no dia 22, às 11h, no Parque Lage, no bairro do Jardim Botânico, vai reunir o poeta João José de Mello Franco e uma orquestra de solistas, tendo como destaque o violonista Jaime Alem.

A programação completa do evento está disponível no site www.riocello.com.

 


Fonte: Festival internacional oferece 60 concertos tendo o violoncelo como protagonista

Edição: Jorge Wamburg

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