Cineasta Vladimir Carvalho é homenageado na abertura do Festival de Brasilia
O cineasta Vladimir Carvalho foi aplaudido de pé pelo público ao ser homenageado na noite de hoje (15) na abertura do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília. Vladimir recebeu do governador do Distrito Federal (DF), Rodrigo Rollemberg, um prêmio do festival.
“Desembarquei em Brasília em 1964, entrei por essa porta [do Cine Brasília] com meu filme, e isso resultou numa aventura de 45 anos. Vim para ficar dois meses, e já estou há 45 anos. Não dá pra ficar aqui com hipocrisia, com falsa modéstia. Digo com toda sinceridade, sem pudor, e com humildade: eu mereço, Brasília! Obrigado!”
O longa que abriu o festival foi Um Filme de Cinema, de Walter Carvalho, irmão de Vladimir. “Esta homenagem, com alma em festa e o coração aos pulos, coincide com a exibição do filme do meu irmão Walter Carvalho. O Walter tinha 1 ano de idade, quando nosso pai faleceu, e há uma diferença enorme de idade entre ele e eu, de 13 anos. E o pai que ele conheceu fui eu. Walter foi o filho que eu não tive”, disse Vladimir ao lado do irmão.
“A única coisa que posso dizer é que é uma satisfação muito grande quando você filma. Mas a satisfação maior é quando você entrega esse filme dentro de uma catedral, porque isso é uma catedral”, disse Walter antes da exibição de Um Filme de Cinema, que apresenta o ponto de vista de vários diretores, por exemplo, o ato de filmar, as diferentes estéticas e o que os motiva a fazer cinema.
Um dos mais tradicionais festivais de cinema do país traz este ano para a mostra competitiva seis longas-metragens e 12 curtas e médias-metragens. “O público vai encontrar uma programação bastante diversificada. Não tem nenhuma tendência, cada filme é um filme, tem sua história, sua proposta. Tem filmes com um apelo de mercado, outros mais pra festivais, e muitas propostas inovadoras”, disse o coordenador do festival, Sérgio Fidalgo, à Agência Brasil.
Fidalgo destacou ainda um espaço reservado às coproduções brasileiras com outros países. Nesse sentido, o festival terá a mostra “Continente Compartilhado”. “A coprodução abre várias frentes em termos de complementação de recursos, de janelas de exibição. A gente vê o tanto que esses filmes estão sendo apresentados em outros países e nós queremos estimular isso, esse debate, para que os diretores percam esse receio, achando que é um bicho de sete cabeças”.
O primeiro longa da mostra competitiva, A Família Dionti, de Alan Minas, será exibido amanhã. Nos dias seguintes o público poderá ver Fome, de Cristiano Burlan; Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba, Big Jato, de Cláudio Assis; Santoro – O Homem e Sua Música, de John Howard; e Prova de Coragem, de Roberto Gervitz. A programação completa pode ser vista no site do festival.