Festa literária das pequenas editoras propõe a diversidade aplicada ao livro
Tratar o livro como um bem cultural e não apenas como um produto comercial. Fiel a esse compromisso, assumido com os leitores quando de sua primeira edição, em 2001, a Primavera Literária do Rio de Janeiro completa 15 anos, reunindo de hoje (3) até domingo (6) 100 editoras independentes nos jardins do Museu da República, no Catete, zona sul da cidade.
São cerca de 15 mil títulos à venda, com descontos de até 50% e 20 lançamentos de livros, entre obras para adultos e para os públicos infantil e juvenil. Com atividades gratuitas para todas as idades, a programação inclui ainda debates, encontros com escritores, poesia, música e uma praça de alimentação.
Organizado pela Liga Brasileira de Editoras (Libre), o evento propõe nesta edição uma reflexão sobre a bibliodiversidade, definida como a pluralidade cultural aplicada ao livro. “A bibliodiversidade se opõe ao que a gente vê com frequência no mundo editorial, que é a best-sellerização - sempre os mesmos temas, os mesmos modos de narrativa”, explica a presidente da Libre, Raquel Menezes. “As editoras independentes conseguem ter uma abrangência maior de temas”, ressalta.
Segundo ela, a Primavera Literária nasceu por causa da dificuldade do editor independente, pequeno, de se colocar no mercado, nas livrarias. “Então nesses quatro dias, a gente aproveita e em vez de dar o desconto para as livrarias, damos para o nosso leitor e por isso conseguimos chegar até 50% de desconto”, destaca.
Nesta sexta-feira, o tema da bibliodiversidade será debatido a partir das 17h, em uma mesa que reunirá três editores internacionais que são referência no assunto, o francês Gilles Colleu, o chileno Paulo Slachevsky e o argentino Guido Indij. Outras mesas de debate ocorrerão até domingo, uma delas, no sábado (5), às 15h, sobre o tema Ética, política e cidadania, tendo com um dos palestrantes o teólogo e filósofo Leonardo Boff.
A Primavera Literária conta com os patrocínios do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. O evento está aberto ao público das 10h às 21h e o Museu da República fica na Rua do Catete, 153.
(Colaborou Nanna Põssa, do radiojornalismo da EBC no Rio de Janeiro)
Fonte: Festia literária das pequenas editoras propõe a diversidade aplicada ao livro