Feiras livres e festival de literatura movimentam o centro do Rio de Janeiro

Publicado em 07/05/2016 - 15:57 Por Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Uma mistura de gastronomia, literatura, feira de antiguidade e muita cultura são atrativos que turistas e cariocas encontraram na Lapa, no centro do Rio de Janeiro, neste sábado (7). Vários eventos culturais gratuitos ocupam ruas do centro, que costumam ferver durante a noite. A expectativa é que 5 mil pessoas passem pelo local até amanhã (8).

Um das principais atrações é o Festival Lapalê, com atrações até as 18h de domingo. O evento, anual, faz nesta edição uma homenagem ao centenário do samba, organiza concurso literário, roda de conversa com escritores, feira de livros e até um roteiro por pontos históricos, como a Igreja Nossa Senhora do Desterro da Lapa, que deu nome ao bairro e data de 1751.

Um dos organizadores do evento Leo Feijó lembra que autores que deixaram sua marca na literatura já foram moradores do tradicional bairro boêmio. “A ideia é discutir a realidade da Lapa, conectando o bairro com a tradição literária que vem desde o século passado, quando moravam aqui escritores como Manuel Bandeira e Machado de Assis – na Rua da Lapa. Na Mata Cavalos, que hoje é a Rua do Riachuelo (uma das principais), também morou [o compositor] Heitor Villa-Lobos”.

No domingo, o destaque da programação é a escritora Conceição Evaristo que segue com a agenda de encontros literários e rodas de debate sobre problemas comunitários.

Paralela ao Lapelê, hoje e amanhã, o Junta Local traz barraquinhas de comidas e bebidas de produtores independentes. Embaixo dos Arcos da Lapa, o evento atrai dezenas de pessoas, como Aloísio Almeida Álvares, em busca de uma opção diferente para o almoço.

“Já achei um queijinho gostoso ali, que vou levar um pedaço", contou o aposentado. “Vim conhecer, moro aqui de frente e nunca vi nada parecido. Aliás, estou vendo um camarão ali, que parece que está bom e eu vou bem experimentar”, disse.

A duas quadras dali, a tradicional Feira do Rio Antigo, que é realizada todo primeiro sábado do mês, ocupa toda a Rua do Lavradio. Os expositores apresentam antiguidades e um mix de produtos feitos artesanalmente. São peças únicas, que atraem cariocas e turistas que terminam a tarde em rodas e samba ou em restaurantes que servem, nas ruas e calcadas, a tradicional feijoada.

De Porto Alegre, a aposentada Dulce Marasckin, que passeava com a filha e o genro, comparou a feira a outros mercados alternativos espalhados pelo mundo. “Essa feira tem um atrativo que é a questão cultural. Na Europa, tem o Mercado das Pulgas em Paris, a El Rastro, em Madri, em Montevidéu a Feira de Tristán Narvaja”, citou a gaúcha. “É um hábito em muitos países comprar em feiras livres, as pessoas gostam de vir e desfrutar essa atmosfera”.

Atravessando a avenida no final da Rua do Lavradio está outra feira que atrai um público cativo. A Tiradentes Cultural completa um ano reunindo cerca de 40 expositores e porções de cerca de R$ 20. Um dos sucessos é a barraca de ceviche do peruano Vitor Lau que já tem clientes fixos.

É o caso de Melina Silva que chegou cedo para não correr o risco de ficar sem almoço. “Viemos especialmente para essa barraca, o ceviche é excelente e o preço é acessível”, recomendou a servidora pública que descobriu a Tiradentes Cultural pela internet. “Tem muita coisa interessante, produtos para levar e cozinhar em casa, muito produto de qualidade”, completou

No final da tarde, quem estiver passando poderá conferir a apresentação de um dos bloquinhos do carnaval alternativo mais celebrado da cidade: Biquinis de Ogodô convidam Sungas Odara.

Quem ainda tiver fôlego, pode passar pelas exposições do Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab), na Praça Tiradentes, e conferir a mostra na Galeria Rio Scenarium ou encerrar o passeio no Centro Municipal Helio Oiticica, com entrada gratuita até as 17h.

Edição: Lílian Beraldo

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