Nova diretoria da ABL é empossada no Rio de Janeiro
A nova diretoria da Academia Brasileira de Letras (ABL) tomou posse hoje (14) durante solenidade no Petit Trianon, como é chamada a sede da entidade. O novo presidente é o professor e escritor Marco Lucchesi, 54 anos, o mais jovem líder da academia dos últimos 70 anos. Antes dele, o mais novo da história da ABL foi Pedro Calmon, que assumiu em 1945, aos 43 anos.
No discurso, Lucchesi comparou o Brasil a um livro em construção, em razão das grandes desigualdades que marcam a sociedade. “Continuemos juntos. A tolerância é um bem que se constrói em rede, em torno de estatutos de emancipação”. Ainda comentando o que pensa para o desenvolvimento do país, destacou que sonha com um livro de muitas páginas, baseado em uma extensa vocação republicana pela qual lutaram tantos acadêmicos.
“Não sei dizer onde começam e terminam os grafites urbanos, os poemas que redimem a crispação de nossas almas e de nossas casas, os desenhos rupestres da Serra da Capivara, a liberdade esboçada nas paredes dos presídios, a leitura do mundo das crianças do asfalto e da favela, das terras quilombolas e das nações indígenas, com suas quase 300 línguas praticadas ainda hoje”, afirmou.
A secretária- geral, Nélida Piñon, apresentou o relatório do ano de 2017 e apontou que a ABL encarna a continuidade de valores e de espírito público, sem abdicar de seus compromissos com a cultura brasileira, a literatura e a língua portuguesa. Nélida Piñon, que foi substituída na nova diretoria pelo acadêmico Alberto da Costa e Silva, desejou felicidades ao presidente Marco Lucchesi, “cujo talento brasileiro e universal saúdo com a veemência que a admiração, a amizade e a esperança, conjugadas, exigem".
"Prezados acadêmicos e amigos, o que mais lhes dizer para assegurar a todos que fomos felizes servindo a esta Casa de Machado de Assis?”, completou. A nova diretoria é composta ainda pela primeira-secretária, a escritora Ana Maria Machado; pelo segundo-secretário, o jornalista Merval Pereira; e pelo tesoureiro, o economista Edmar Bacha.