Bloco Concentra, Mas Não Sai comemora 18 anos de carnaval em Brasília
Em seu segundo dia de apresentação, o bloco Concentra, Mas Não Sai, que toca na Asa Norte, em Brasília, celebra a maioridade de apresentações no período do Carnaval. A edição deste ano é especial para celebrar os 18 anos de aniversário do bloco, que reúne cerca de três mil pessoas, desde crianças até idosos.
O Concentra, Mas Não Sai surgiu no ano 2000, quando um grupo de amigos se reuniu em um barzinho para seguir um dos blocos mais tradicionais da cidade, o Pacotão, que é famoso na cidade pelo tom crítico e de contestação política. “A nossa concentração ficou tão boa, foi chegando amigos com instrumentos, tambores, tamborins, que a gente acabou não saindo, daí surgiu o nome. Nós concentramos e não saímos mais, e se tornou um dos primeiros blocos independentes de rua do DF”, relata Dílson Rosa, organizador do bloco.
O bloco Concentra, Mas Não Sai se reúne entre as quadras comerciais 404 e 405 da região norte do Plano Piloto e se consolidou com um das programações de carnaval mais voltadas para a família, idosos e crianças. O bloco já se apresentou no sábado e, na concentração especial de aniversário, os organizadores homenageiam idealizadores do projeto. Cinco atrações se revezam na apresentação de um repertório tradicional com marchinhas de carnaval, samba de raiz, pagode e axé.
Uma das vizinhas da área, Elisa Augusta Nogueira, técnica de análises clínicas, 47 anos, frequenta o bloco há 8 anos. Acompanhada de 14 pessoas de sua família, ela relata que nunca foi a outro bloco da cidade. “Gosto desse porque ele reúne todos os meus amigos e é bem aconchegante. Sempre venho em família, com mãe, pai, cunhado e amigos”, disse.
Já Ruth Santana, artista plástica, 51 anos, moradora do bairro de Águas Claras, atravessa a cidade para curtir o Concentra, Mas Não Sai. Este é o terceiro ano que Ruth vai à Asa Norte com amigas para aproveitar o carnaval. “Gosto desse bloco porque ele é muito tranquilo, não tem briga, é bem família”, disse.
A organização do bloco quer manter a tradição, mas lamenta que, este ano, o governo do Distrito Federal tenha proibido a captação de recursos da iniciativa privada. Para viabilizar a festa deste ano, mais uma vez o bloco contou com a participação das famílias das quadras vizinhas e com a estrutura física cedida pelo governo distrital.
“Tem muita dificuldade porque a gente é um bloco voluntário, independente, então a gente tem que confeccionar camisetas para pagar os músicos. Dessa vez, o GDF nos contemplou com uma banda para o primeiro dia do evento, para tocar uma hora de evento, mas essa hora não foi suficiente. Mas dá muito certo, aqui é um carnaval bairrista, de família, então, as pessoas já sabem que vai acontecer, compram a camiseta com antecedência e a gente consegue viabilizar”, afirmou o organizador Dilson Rosa.