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Império Serrano abre desfiles do Grupo Especial com homenagem a Arlindo Cruz

Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 12/02/2018 - 13:16
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - A Império Serrano abre o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio, na Sapucaí (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Império Serrano teve enredo em homenagem à cultura chinesa, com guerreiros na comissão de frenteTânia Rêgo/Agência Brasil

O cantor Arlindo Neto, também chamado de Arlindinho, entrou chorando neste domingo (11) na avenida para o desfile do Império Serrano, no grupo especial do Rio. Arlindinho estava emocionado com a homenagem feita ao pai dele, o cantor e compositor Arlindo Cruz, que está internado na Casa de Saúde São José, no bairro do Humaitá, na zona sul do Rio, desde março do ano passado.

“É incrível ver a escola cantando um samba meu, em homenagem ao meu pai, um samba que tive a honra de fazer com meus parceiros. Estou muito feliz e emocionado demais”, disse, carregando o banjo, instrumento, que tem decorado o desenho com o rosto de seu pai.

Rio de Janeiro - A Império Serrano abre o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio, na Sapucaí (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Primeiro dia de desfiles do Grupo Especial Tânia Rêgo/Agência Brasil

A mulher de Arlindo, Babi, que também é do Império Serrano, não conteve o choro com a homenagem ao marido. Arlindo teve um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 17 de março e, desde então, recebe cuidados médicos naquela unidade hospitalar.

Na homenagem a Arlindo Cruz, um grupo de 270 amigos do cantor entrou na avenida, pouco antes de a escola começar sua apresentação, vestidos com calças brancas e camisa com uma estampa com o rosto de Arlindo e a frase O Show tem que continuar, título do samba do grupo Fundo de Quintal, do qual Arlindo fez parte.

A atriz Regina Casé disse ser uma honra desfilar no Império, "coisa que nunca tinha feito", apesar de já ter saído na avenida em outras escolas. Ela destacou que o motivode de estar ali era o Arlindo Cruz. “Eu estou aqui realmente como se estivesse no coração do Arlindo, trazendo de alguma maneira o Arlindo para a avenida”, afirmou.

Rio de Janeiro - A Império Serrano abre o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio, na Sapucaí (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

 A Império Serrano emocionou pela homenagem ao compositor Arlindo Cruz  Tânia Rêgo/Agência Brasil

No fim do desfile, a presidente da escola, Vera Lúcia Corrêa, disse que tinha até dificuldade para expressar o que estava sentindo. “É muita emoção, né? Fica até difícil de falar. Graças a Deus, depois de tanto sacrifício conseguimos passar e passamos bem. Isso é que é importante. Apresentar um carnaval digno do Imperio Serrano. Tenho certeza que as pessoas e o público gostaram muito do que apresentamos aqui. A Império veio para ficar. Serrinha custa, mais vem pra ficar”, completou, referindo-se ao período de oito anos que a tradicional escola desfilou no grupo da Série A, tentando, a cada carnaval, conquistar o título que a levasse de volta à elite das escolas do Rio.

Ministro

Enquanto começava o desfile do Império quem fez questão de ir ate a pista, foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello. Ele disse que esta não foi a primeira vez em que foi ao Sambódromo, mas revelou que não torce por uma escola específica e nem sabia o “cântico”, se referindo ao samba enredo. O ministro elogiou a organização das agremiações. “Estou vendo a escola que está desfilando, satisfeita, e o estrangeir, pensando nas escolas e na organização que precisa haver no Brasil administrativo”, disse, à Agência Brasil.

Martinho da Vila

Rio de Janeiro - Desfile da Escola de Samba Vila Isabel no primeiro dia de apresentações do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio, na Sapucaí (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Martinho da Vila, homenageado por seus 80 anos, desfilou no abre alas da Vila IsabelTânia Rêgo/Agência Brasil

O cantor e compositor Martinho, que completa hoje (12), 80 anos, também foi reverenciado na Marquês de Sapucaí. Logo no esquenta da escola Vila Isabel, sua escola do coração, o intérprete Igor Sorriso cantou o samba Sou da Vila e não tem jeito, composto por ele, e chamou o público do setor 1, o mais popular da Marques de Sapucaí, que fica no começo da passarela do samba, para cantar em homenagem ao artista. Colocado em lugar de destaque, o cantor desfilou no abre alas da azul e branco da terra de Noel Rosa.

Quando chegou na dispersão, Martinho estava emocionado. “É uma alegria só. Uma emoção enorme. Eu vim fantasiado de Martinho da Vila. Foi muito bom passar ali e todo mundo aplaudindo. Uma maravilha. Me sinto numa boa em pleno carnaval”, afirmou, sorrindo após ser retirado por um guindaste do carro alegórico.