Standard & Poor's diz que greve ainda não impacta nota da Petrobras
A greve dos petroleiros é negativa, mas não provoca, neste momento, impacto nas classificações (ratings) e perspectiva da Petrobras. A avaliação é da agência de classificação Standard & Poor's Ratings Services (S&P). A agência destacou, porém, que o impacto na produção e a duração da greve ainda são incertos. “Caso se prolongue, a greve deverá aumentar os desafios da empresa para aumentar sua produção, materializar seu plano de desinvestimento e a desalavancar seu balanço, podendo impactar nossa avaliação do perfil de crédito individual SACP, ou stand-alone credit profile, da empresa”, indicou a agência.
A Petrobras informou ontem (3) que a greve dos petroleiros afetou as operações da companhia. Na segunda-feira (2), deixaram de ser produzidos 273 mil barris de petróleo, o que representa 13% da produção diária no Brasil.
A S&P informou, ainda, que na avaliação interna, o rating BB com perspectiva negativa, em escala global da Petrobras inclui a probabilidade “muito alta de suporte extraordinário do governo". Para a agência, a perspectiva negativa dos ratings ainda refletem as dificuldades da empresa para aliviar o seu balanço, por meio do aumento da produção, da paridade de preço de combustíveis e das vendas de ativos.
“A perspectiva reflete ainda as incertezas e os passivos contingentes resultantes das ações coletivas movidas contra a Petrobras nos EUA. Na ausência de uma ação no rating soberano, considerando que nossa avaliação da probabilidade de suporte extraordinário do governo permaneça inalterada, um rebaixamento ocorreria se o SACP da empresa fosse rebaixado a CCC+'”, apontou nota da S&P.
Em 10 de setembro deste ano, a S&P reduziu a classificação da Petrobras, que tinha o nível BBB para BB, os dois com perspectiva negativa. A mudança se seguiu ao rebaixamento da nota de crédito do Brasil, com a retirada do grau de investimento.