FMI propõe transição suave para saída do Reino Unido da União Europeia
Em uma tentativa de acalmar os mercados financeiros ao redor do mundo, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, divulgou hoje (24) comunicado em que defende "uma transição suave" para a saída do Reino Unido da União Europeia, decisão adotada pelo povo britânico em plebiscito realizado ontem.
Segundo Christine Lagarde, os bancos centrais do Reino Unido e da Europa vão atuar para evitar volatilidade financeira nos mercados.
Hoje, os mercados financeiros em todo o mundo amanheceram agitados com o resultado do referendo. A libra esterlina começou hoje com queda de 12% em relação ao dólar, e as ações de empresas britânicos despencaram em bolsas da Europa e da Ásia.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que está há seis anos no cargo, anunciou que deve deixá-lo em outubro. Antes do referendo, Cameron fez muitos apelos para que os britânicos votassem pela permanência na União Europeia.
No comunicado, Christine Lagarde afirma que o FMI está consciente da decisão da população do Reino Unido. "Solicitamos que as autoridades do Reino Unido e da Europa trabalhem em conjunto para garantir uma transição suave para uma nova relação econômica" entre as duas partes, acrescentou Christine.
Para a diretora do FMI, o processo de saída do Reino Unido do bloco europeu tem de ser feito com procedimentos e objetivos bem definidos. "Apoiamos firmemente os compromissos do Banco da Inglaterra [Banco Central do Reino Unido) e do BCE [Banco Central Europeu] de fornecer liquidez ao sistema bancário e reduzir o excesso de volatilidade financeira."
Christine Lagarde disse que o FMI vai acompanhar "de perto" os acontecimentos. "Estamos prontos para apoiar os nossos membros, conforme necessário", afirmou a diretora-gerente da organização.
Fundado em 1944, o FMI é uma organização internacional que reúne 187 países com o objetivo de regular e atuar diretamente no funcionamento do sistema financeiro mundial.