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Economia

Mudanças no BB terão impacto no acesso ao crédito no país, diz sindicato

Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/11/2016 - 17:10
São Paulo

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região criticou hoje (21) o anúncio da reestruturação no Banco do Brasil que inclui o fechamento de agências bancárias, a redução de postos de trabalho no banco, o lançamento de um plano de aposentadoria incentivada e a redução de jornada de trabalho para parte dos funcionários. O sindicato ressaltou que as alterações no Banco do Brasil representam fechar "quase um HSBC em número de funcionários (18 mil)”.

De acordo com o sindicato, as alterações na estrutura do maior banco público do país irão reduzir o acesso dos brasileiros ao crédito. “O desmonte do Banco do Brasil terá impacto no acesso ao crédito no país. Somente os bancos públicos aumentaram o crédito de 38% para 57% de 2008 para 2016, enquanto os privados tiveram redução de 5% nos últimos dois anos. Atualmente, o Banco do Brasil é responsável por 61% do crédito agrícola”, destacou o sindicato, em nota.

Segundo a entidade, o saldo de crédito na economia brasileira já apresenta retração de 3,4% de janeiro a setembro de 2016, “enquanto as taxas de juros cobradas de famílias e empresas apresentam sucessivas e intensas elevações”.

De acordo com o sindicato, é urgente a criação de alternativas para a saída da crise que passem pela retomada da expansão do crédito para setores prioritários como moradia popular, agricultura familiar, pequenas e médias empresas. “Tais medidas contribuiriam ao mesmo tempo para fortalecer a economia, gerar empregos em setores intensivos em mão de obra, dinamizar o mercado interno e amenizar graves problemas sociais do Brasil como o déficit de moradias, a falta de acesso à terra e também a alta dos preços dos alimentos”.

Para o sindicato, há alternativas concretas que poderiam ser implementadas como a redução da taxa Selic, a utilização dos bancos públicos para rebaixar o spread bancário - diferença entre as taxas que os bancos pagam para captar recursos e as que cobram dos consumidores - e a liberação de depósitos compulsórios com garantia de aplicação em áreas prioritárias.

Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) emitiu nota em que repudia veementemente a reestruturação do banco. A entidade criticou a postura do Banco do Brasil e classificou de "desrespeito" aos trabalhadores o fato de a instituição bancária ter comunicado "um pacote de medidas tão significativas e que afetam tantos funcionários" primeiramente à imprensa, e não aos representantes dos bancários.  

Ao anunciar as mudanças, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse que a reestruturação faz parte da estratégia de ampliação do atendimento digital que prevê a abertura, ainda em 2017, de mais 255 unidades de atendimento digital, entre escritórios e agências. De acordo com o Banco do Brasil, as medidas resultarão na economia de R$ 750 milhões por ano.