Queda da Selic contribuirá para o crescimento da economia, diz Goldfajn

Publicado em 04/04/2017 - 11:17 Por Kelly Oliveira* - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que a a flexibilização da política monetária contribuirá para a retomada do crescimento              Marcelo Camargo/Agência Brasil

A redução da taxa básica de juros, a Selic, contribuirá para a retomada do crescimento econômico do Brasil, afirmou hoje (4) o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em Brasília.

“Do lado do Banco Central, continuaremos a trabalhar com persistência e serenidade. Estamos certos de que, em complementação a outros esforços do governo, a flexibilização da política monetária contribuirá para a retomada do crescimento. Quanto mais perseverarmos nas reformas e ajustes, mais rápida será a recuperação econômica, com geração de emprego e renda para os brasileiros”, disse.

Goldfajn afirmou que era importante fazer com que as projeções para a inflação ficassem na meta para então iniciar o corte dos juros. “Essa evidência também corrobora a necessidade de a política monetária primeiro ancorar as expectativas de inflação para depois iniciar o processo de flexibilização monetária. E não tentar o contrário, com resultados duvidosos”, destacou.

Metas

A meta de inflação é de 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Na audiência, o presidente do Banco Central lembrou que a expectativa do mercado para a inflação ao final deste ano está em 4,1%. Para 2018, a projeção é de 4,5%.

“Com expectativas ancoradas, o Banco Central iniciou no final do ano passado um processo de flexibilização monetária sustentável. E há expectativa, por parte dos analistas de mercado, de flexibilização adicional no futuro”, acrescentou. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.

A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Na audiência, Goldfajn disse ainda que a economia deve se recuperar este ano, com expectativa de crescimento maior em 2018. “Estamos em momento de estabilização com sinais de que o pior pode ter ficado para trás. O crescimento em 2018 deve ser maior do que de 2017”, disse.

Custo do crédito

Questionado sobre as taxas de juros de empréstimos bancários serem altas, Goldfajn disse que um dos motivos é a inadimplência e a baixa recuperação do crédito, tido como prejuízo pelos bancos. O presidente do BC disse que em 2016 esse prejuízo ficou em R$ 125 bilhões.

Ele citou ainda que os custos para emprestar são altos, com impostos e depósitos compulsórios. Goldfajn acrescentou que é preciso ainda aumentar a concorrência no sistema.

O presidente do BC disse que o governo está adotando medidas para aumentar as garantias e assim reduzir o custo, como a criação da Letra Imobiliária Garantida, além da inclusão automática dos dados de bons pagadores no Cadastro Positivo.

 

*Matéria ampliada às 12h42

Edição: Kleber Sampaio

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