Parceria entre grandes e pequenas empresas melhora ganhos

Estudo foi apresentado pelo Sebrae em fórum em São Paulo

Publicado em 25/09/2018 - 18:09 Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil * - São Paulo

Pequenas empresas podem se beneficiar de parcerias com médias e grandes companhias, com ganhos econômicos e em inovação. A recomendação foi apontada por uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), apresentada hoje (25) no Fórum Encadear, em São Paulo. O evento reúne pequenas e grandes empresas para discutir possibilidades de negócios conjuntos.

A pesquisa foi realizada com 569 micro e pequenos empresários (MPEs) que já participaram do programa de relação com grandes empresas do Sebrae, chamado de “encadeamento produtivo”. A iniciativa busca identificar demandas de grandes firmas e apoiar MPEs, como startups, capacitando-as para apresentar propostas e poder celebrar negócios.

De acordo com a pesquisa, para 69% dos ouvidos, a parceria com uma grande empresa resultou em melhoria da produtividade, em média de 27%. Do total, 62% disseram que o faturamento também melhorou, com média de 26%. Em 45% dos casos, foi registrada uma ampliação no número de pessoas ocupadas. Para metade, houve acréscimo também na lucratividade, em média de 23%.

Conforme os empresários consultados, a parceria teve impactos positivos também na melhoria das tecnologias adotadas. Do total, 77% relataram benefícios em termos de inovação. As mudanças ocorreram no processo produtivo (66%), gestão (56%), produto (41%), marketing (36%) e design (18%).

Turbinas

Um dos casos bem-sucedidos discutidos no evento foi o da empresa de manutenção de turbinas GE Celma, sediada em Petrópolis (RJ) e ligada ao conglomerado estadunidense General Eletric. A firma revisa motores de grande porte para diversas linhas áreas e para operadoras de carga, como a Fedex. “A gente precisava melhorar atuação com parceiros locais. Um dos grandes gargalos é o fornecimento de ferramentas especiais. A gente tem carência grande de fornecedores para prover essas ferramentas”, disse o diretor executivo da empresa, Julio Nalon.

Segundo o executivo, em parceria com o Sebrae, 10 potenciais fornecedores foram selecionados, recebendo 90 horas de treinamento e 550 horas de consultoria especializada. Dessas, três empresas se tornaram fornecedores, faturando R$ 2 milhões na oferta de ferramentas à GE Celma.

De acordo com o diretor, a parceria gerou redução de 5% no prazo de entrega, diminuição de 14% do custo e aumento de 40% do índice de competitividade. Uma das empresas está sendo qualificada pelo maior fornecedor de ferramentas da GE para atuar como seu representante no Brasil, vendendo para outras unidades de aviação da GE.

Varejo

Um dos casos apresentados no evento foi o da rede de varejo Renner. Segundo o diretor executivo da companhia, Vinicios Meneguzzi Malfatti, a direção tomou a decisão de trabalhar com um patamar de pelo menos 70% de produtos brasileiros, entre os quais aqueles fabricados por pequenas oficinas de costura.

Um dos casos, exposto no evento, foi o da oficina Pamela Caseados, da cidade de Pomerode, em Santa Catarina. De acordo com o diretor executivo, Eden Weege, com 12 anos a empresa trabalhava para equilibrar as contas. Com a participação no projeto, informou, recebeu consultoria e formação em organização de finanças, gestão de pessoas e processos de produção.

Após a participação, a empresa registrou faturamento 23% maior, na comparação entre o 1o semestre de 2017 e o 1o semestre de 2018. A produtividade, sem investimento em tecnologia, aumentou 67%. O retrabalho interno foi reduzido em 22%. No período, seis novos postos de trabalho, diminuindo a rotatividade dos trabalhadores.

* O repórter viajou a convite do Sebrae

Edição: Fernando Fraga

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