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Economia

Plano vai orientar pesquisas nas áreas mineral e energética

Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 31/10/2018 - 15:40
Brasília
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, lançam os Planos de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para os setores de energias.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançou hoje (31), em Brasília, quatro Planos de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação, que contemplam os setores de energias renováveis e biocombustíveis, minerais estratégicos, petróleo e gás natural.

No evento, Eduardo Lousada, coordenador-geral de Desenvolvimento e Inovação em Tecnologias Setoriais, do MCTIC, explicou que os documentos têm como finalidade dar orientação estratégica ao governo brasileiro. Durante a elaboração dos planos, que ficou sob responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec), foram abertas consultas públicas a especialistas nas áreas abordadas, que geraram 150 contribuições voluntárias, incluídas na versão final dos planos. 

Com o lançamento, o ministério pretende, ainda, tornar convidativa a empresários a coparticipação em projetos de pesquisa já em andamento em instituições como a Embrapa e universidades federais.  

Segundo o ministro da pasta, Gilberto Kassab, os planos apresentados são abrangentes e devem ser executados por meio de parcerias público-privadas.

"Não existe a menor possibilidade de um país conseguir se desenvolver, superar as adversidades, sem investimento em P&D [pesquisa e desenvolvimento]. Parte dele [do investimento], parte expressiva, precisa ser de fundo perdido, porque isso é inerente à pesquisa. Evidentemente, trabalhando sempre em conjunto com o capital privado e com o financiamento", acrescentou.

Exemplos

O secretário da Setec, Maxilimiliano Martinhão, destacou algumas das iniciativas que já vêm sendo produzidas por pesquisadores e que despertam o interesse do governo, por seu potencial econômico. Entre elas está o estudo de substâncias da indústria de mineração que poderiam ser categorizadas como rejeitos, mas que, ao serem transformadas, podem ter utilidade no meio agrícola. são os chamados agrominerais. 

"Há uma opinião compartilhada de que precisamos fomentar o ambiente de inovação no setor mineral, aprimorar o seu arcabouço regulatório, com Ciência e Tecnologia", afirmou.

Outro foco investigado tem sido os elementos químicos de terras-raras. Exemplos desse grupo de minerais são o lítio e o silício, considerados de grande valor para as autoridades devido à sua aplicabilidade em tecnologias de alto valor agregado, como produtos eletrônicos, como é o caso dos aparelhos celulares.

Em sua apresentação, o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, demonstrou parte dos projetos tocados por cientistas da casa, como o aproveitamento de biomassa de microalgas e cana-de-açúcar na cadeia industrial. O procedimento de conversão de matérias-primas como essas está associado às biorrefinarias, instalações que, ao processar a biomassa, são capazes de produzir energia elétrica, combustíveis e insumos químicos.