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Economia

Presidentes de estatais debatem privatizações em seminário no Rio

Participam Levy, Novaes, Castello Branco e Guimarães
Akemi Nitahara e Léo Rodrigues - Repórteres da Agência Brasil
Publicado em 15/03/2019 - 14:08
Rio de Janeiro
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, fala no Seminário
© Tânia Rêgo/Agência Brasil
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, fala no Seminário
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu hoje (15), no seminário A nova economia liberal, organizado pela Fundação Getulio Vargas, a privatização da instituição. Segundo Novaes, mesmo privatizado, o banco poderá  cumprindo os objetivos do governo.

No mesmo evento, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que a estatal deveria ser privatizada, assim como os bancos públicos. Castello Branco defendeu a extinção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Para Novaes, se o Banco do Brasil fosse privado, seria muito mais eficiente, teria mais retorno e poderia alcançar melhor os objetivos do governo, como o crédito agrícola.

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, fala no Seminário
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, participa de seminário A Nova Economia Liberal, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. - Tânia Rêgo/Agência Brasil

"Ao longo da história, o governo mais atrapalhou do que ajudou o Banco do Brasil”, afirmou. “Não vejo nada que não pudesse ser alcançado como prioridade do governo por todo o sistema bancário. Eu defendo a privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica", completou.

Petrobras

Castello Branco disse que, como liberal, é contrário à existência de “99,9% das empresas estatais”, com exceção do Banco Central. “Bancos públicos deveriam ser privatizados, o BNDES deveria ser extinto, e a Petrobras também privatizada", afirmou.

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, fala no Seminário
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, participa de seminário A Nova Economia Liberal, por Tânia Rêgo/Agência Brasil

O presidente da Petrobras deu um exemplo de estatal que considera um caso bem-sucedido: a Codelco (Corporação Nacional de Cobre do Chile), a maior produtora de cobre do mundo. Segundo Castello Branco, ela é dirigida como uma empresa privada e tem sido a principal fonte de recursos para o fundo soberano do Chile.

“Em 2010, quando aconteceu um terrível terremoto seguido de tsunami no Chile, houve oferta de ajuda internacional, e o governo chileno recusou e disse: muito obrigado. Havia os recursos do fundo soberano gerados a partir da Codelco. É uma empresa lucrativa, nunca esteve envolvida em escândalos", argumentou.

Castello Branco disse que o desafio da direção é fazer a estatal funcionar como uma empresa privada. "Já que não podemos privatizar a Petrobras e não temos mandato para isso, nosso desafio é transformá-la no mais próximo possível de uma empresa privada e gerar riqueza para seus acionistas. E o principal acionista da Petrobras é a sociedade brasileira", acrescentou.

 

Caixa

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, destacou o papel social do banco público, mas afirmou que a instituição opera áreas e tem ativos que não deveriam fazer parte da carteira de um banco, como ações da Petrobras. Segundo Guimarães, ainda este ano serão feitas quatro operações no mercado de capitais.

"Vai ter a saída da Caixa de todos os seguimentos que não são estratégicos. As aberturas de capital serão históricas. Tive 70 reuniões nos Estados Unidos durante o carnaval, nunca vi nada parecido, eles falaram que acreditam na estrutura e querem participar”, afirmou o presidente, acrescentando que o processo vai começar com a Caixa Seguridade, em setembro.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, fala no Seminário
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, participa do seminário A Nova Economia Liberal, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O presidente do BNDES, Joaquim Levy, disse que está empreendendo uma série de mudanças no banco para contribuir com as privatizações no país. Segundo Levy, o governo tem condições de estruturar rapidamente o processo de privatização.

"Usando os controles certos, tomando os riscos certos, para poder responder os desafios da infraestrutura. Estamos trabalhando com vários estados nesse sentido, empresas de gás, de energia. É para isso que o BNDES existe”, argumentou.

O presidente do BNDES, Joaquim Levy, fala no Seminário
O presidente do BNDES, Joaquim Levy, discursa no seminário "A Nova Economia Liberal", na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Levy disse estar se reunindo com investidores nacionais e estrangeiros com interesse no Brasil. “A gente tem que mobilizar esses recursos. Com esse choque liberal a gente dá oportunidades, opções para as pessoas colocarem os seus recursos em coisas que vão fazer o Brasil crescer", afirmou.