Secretário defende revisão de acordo que limita voos para a Argentina

Publicado em 19/05/2019 - 10:47 Por Fabíola Sinimbú - Repórter da Agência Brasil* - Foz do Iguaçu (PR)

O secretário Nacional de Aviação Civil, do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, defendeu a urgente revisão do acordo entre o Brasil e Argentina que limita a quantidade de voos entre os dois países, como forma de incrementar o setor de turismo.

O debate sobre como incrementar o setor de turismo com ações conjuntas entre os dois países foi muito presente durante o Encontro de Líderes do 1º Fórum Internacional de Investimentos em Turismo, em Foz do Iguaçu.

Segundo o secretário, o acordo, de 1948, está ultrapassado e limita a quantidade de voos entre os dois países a 133 frequências semanais mistas e sete exclusivamente cargueiras. No entanto, Glanzmann considera que esse limite já está saturado e que há a necessidade de ser revisto com a autorização para a realização de operações não regulares, com base na reciprocidade entre os dois países.

O diretor de Política Regulatória (SAC/MPTA), Ronei Glanzmann, fala durante a segunda audiência pública da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sobre a 5ª rodada de concessão de aeroportos.
O secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, defende revisão de acordo bilateral com a Argentina - Arquivo/Agência Brasil

Além de compartilharem um importante destino turístico como as Cataratas do Iguaçu, na região de Tríplice Fronteira, Argentina e Brasil dividem a maior fatia do mercado de turismo de lazer da América do Sul. Enquanto os argentinos representam 40% dos turistas estrangeiros que chegam para desfrutar os destinos brasileiros, no lado de lá das fronteiras, os brasileiros representam 30% das visitas internacionais.

Companhias aéreas

O empresário argentino CEO da Invertur, Ramiro Alem, também considera importante a revisão do acordo e destacou a importância do Brasil manter aberto 100% do capital das companhias aéreas às empresas estrangeiras. Ele citou o próprio exemplo da Argentina, que conseguiu atrair empresas aéreas de baixo custo que permitiram uma redução no valor das passagens aéreas, com o aumento da competitividade. “Em 2018 o tráfego aéreo na Argentina cresceu 9% com a entrada de novas empresas aéreas de baixo custo”, ressaltou.

O empresário disse que com uma maior conectividade entre os destinos dos dois países é possível prever um aumento de turistas e um incremento de negócios entre Brasil e Argentina. “O mais importante da perspectiva do investimento é que temos a oportunidade de duplicar o impacto econômico e o crescimento dos dois países conectando as nossas comunidades de investimento”, explicou.

Para Ramiro Alem, mesmo com o momento de incerteza vivido pela Argentina, os investidores estão confiantes e sabem que o turismo representa um setor econômico que está crescendo muito. “Fizemos uma pesquisa para medir o clima de investimento no sentir de turismo e o resultado apontou que oito de cada dez investidor argentino pretende atuar no setor”, disse.

A integração dos dois mercados em infraestrutura, investimentos e conhecimentos foi a principal preocupação manifestada por participantes do encontro. “Os brasileiros são excelentes no turismo de recepção, em fazer resorts e nós podemos aprender muito com isso, pois há muitas oportunidades para investimentos nessa área. A Argentina tem muita experiência em hotéis boutique urbanos e pode expandir seus negócios passando a investir nos grandes centros urbanos do Brasil, então, agora falta apenas criar mais conexões para poder identificas as oportunidades reais de investimento”, disse Ramiro.

Para ele, a reciprocidade entre os países já está clara, mas é necessário planejar para longo prazo, pensando na necessidade de mais integração para que as oportunidades passem a se consolidar nos dois países.

* A repórter viajou a convite do Ministério do Turismo e Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu

Edição: Fernando Fraga

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