Ibovespa fecha em alta com expectativas de mais estímulos globais
O tom positivo prevaleceu na bolsa paulista nesta terça-feira (16), véspera dos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, apoiado pelo noticiário de estímulos econômicos.
Após o Federal Reserve (FED) anunciar na véspera que comprará títulos de dívida privada de empresas, repercutiram nesta sessão notícias de que o governo dos Estados Unidos prepara pacote de US$ 1 trilhão em infraestrutura e que o Japão tomará mais ações se necessário.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 1,25%, a 93.531,17 pontos, encerrando uma sequência de quatro pregões de queda. Na máxima da sessão, chegou a superar os 95 mil pontos. O volume financeiro totalizou R$ 30,3 bilhões.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 1,9%, apoiado também por dados de varejo sinalizando que a economia norte-americana está no caminho da recuperação. O presidente do FED, Jerome Powell, contudo, alertou que uma recuperação completa ainda poderá levar anos.
No Brasil, também repercutiram comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a lei das transações tributárias. Ele descartou o uso de parcelamentos nos moldes do Refis, afirmando que o mecanismo "tem que empurrar para a frente".
Pesquisa do Bank of America com gestores na América Latina, por sua vez, mostrou que cerca de 60% dos profissionais consultados veem o Ibovespa acima de 95 mil pontos até o final do ano e um terço acredita que ele pode superar 110 mil pontos.
A recuperação recente das ações brasileiras tem encontrado suporte na ampla liquidez global, dada a injeção de recursos expressiva nos mercados e na economia real para atenuar os efeitos da pandemia do covid-19, em um ambiente de taxas de juros bastante reduzidas.
No Brasil, há expectativa de que o Banco Central anuncie na quarta-feira mais uma redução na taxa Selic, para 2,25% ao ano, o que tende a corroborar a migração de recursos para a bolsa, em busca de melhores rendimentos.
Destaque
- VALE ON fechou em alta de 2,8%, conforme os futuros do minério de ferro fecharam em alta na China, com os preços spot da matéria-prima usada na fabricação do aço perto de máximas de 10 meses devido à robusta demanda de siderúrgicas na China e preocupações sobre a oferta. No setor de mineração e siderurgia, contudo, o destaque ficou com CSN ON e GERDAU PN, que subiram 6,5% e 9,2%, respectivamente, tendo ainda no radar os planos para infraestrutura dos EUA.
- EMBRAER ON avançou 5,48%, após acertar uma linha de capital de giro para exportação de até 600 milhões de dólares, com prazo de até quatro anos. Do total, até 300 milhões de dólares virão do BNDES, com o restante por bancos comerciais.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 3,24% e 4,13%, respectivamente, na esteira da alta dos preços do petróleo no mercado externo, com o Brent a 40,96 dólares por barril, alta de 3,12%, ajudado por um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que elevou sua projeção para a demanda pela commodity em 2020.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 2,87%, com o setor bancário se recuperando. BRADESCO PN, BANCO DO BRASIL e SANTANDER BRASIL UNIT subiram 4,16%, 1,3% e 3,65%, respectivamente. BTG PACTUAL UNIT encerrou com acréscimo de 3,44%.
- CVC BRASIL ON fechou em queda de 3,33%, abandonando a alta registrada em parte do pregão, conforme o dólar também passou a subir, em um ambiente ainda de preocupações com o risco de uma nova onda de contágio do Covid-10 e dúvidas sobre a reaberturas dos países ao turismo.
- VIA VAREJO ON perdeu 3,01%, após levantar 4,455 bilhões de reais em oferta de ações precificada a 15 reais por papel na véspera. No setor, MAGAZINE LUIZA ON subiu 0,23% e B2W ON recuou 1,79%.
- COGNA ON e YDUQS ON recuaram 3,76% e 2,59%, respectivamente.
- OI ON, fora do Ibovespa, fechou estável após reportar prejuízo de mais de 6 bilhões de reais no primeiro trimestre, com queda em receita e aumento do endividamento. A operadora de telecomunicações informou que protocolou na justiça pedido para ajustar seu plano de recuperação para incluir venda de unidades, incluindo telefonia móvel.