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Economia

Balança comercial tem superávit de US$ 1,152 bilhão em fevereiro

Resultado é o mais baixo para o mês em sete anos
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 01/03/2021 - 15:51
Brasília
A Petrobras anunciou a chegada da plataforma de petróleo, P-67, ancorada na Baía de Guanabara, destinada ao Sistema de Produção do Campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos.
© Tania Regô/Agência Brasil

A importação de uma plataforma de petróleo fez a balança comercial (diferença entre exportações e importações) registrar o menor resultado para meses de fevereiro em sete anos. No mês passado, o Brasil exportou US$ 1,152 bilhão a mais do que importou. O valor é 50,4% inferior ao de fevereiro do ano passado e representa o saldo mais baixo para o mês desde 2014.

Com o desempenho de fevereiro, a balança comercial acumula superávit de US$ 27 milhões nos dois primeiros meses de 2021. Em janeiro, o indicador tinha registrado déficit de US$ 1,125 bilhão.

No primeiro bimestre, a balança acumula o menor saldo para o período desde 2001. Naquele ano, a balança tinha registrado déficit de US$ 337,86 bilhões nos dois primeiros meses.

Em fevereiro, as exportações somaram US$ 16,183 bilhões, com crescimento de 3,9% pela média diária em relação ao mesmo mês do ano passado. Por causa da plataforma de petróleo, avaliada em US$ 1,4 bilhão, as importações atingiram US$ 15,030 bilhões, com alta de 13,9% na mesma comparação.

Principais produtos

No mês passado, as exportações da agropecuária caíram 10,8% na comparação com fevereiro de 2020, puxada pela entressafra e pelo atraso no plantio de alguns produtos. As maiores quedas foram observadas nas vendas de soja (-33,1%) e de animais vivos (-44,2%). O impacto só não foi maior porque os preços médios dos bens agropecuários aumentaram 8,4% em fevereiro.

O recuo nas exportações do agronegócio foi compensado pela expansão nas vendas da indústria extrativa, que subiram 13,8% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado. Os destaques foram minério de ferro e seus concentrados (+94,7%) e minérios de alumínio e seus concentrados (+12,6%). As exportações da indústria de transformação cresceram 3,5% na mesma comparação, com destaque para açúcares e melaços (+58,0%), farelos de soja e outros alimentos para animais (+77%) e ouro não monetário (+79,6%).

Importações

Em relação às importações, a entrada no país da plataforma de petróleo engordou as compras externas. Sem a operação, a balança comercial teria registrado superávit de US$ 2,5 bilhões em fevereiro e teria alta em relação ao resultado de fevereiro do ano passado, quando o superávit somou US$ 2,325 bilhões.

Até meados da década passada, o Brasil registrava em subsidiárias da Petrobras no exterior plataformas de petróleo que na prática jamais saíam do país. Essas operações eram registradas como exportações. Com o Repetro, novo regime tributário para o setor, várias plataformas estão sendo registradas no Brasil, com o procedimento sendo contabilizado como importação.

Outros destaques nas importações foram o aumento nas compras de adubos e fertilizantes (+71,3%) e válvulas e tubos termiônicos (+36,6%). A desvalorização do real, que aumenta o preço das mercadorias de outros países, contribuiu para o aumento do valor importado desses produtos.

Estimativas

Em janeiro, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia divulgou que a balança comercial deverá encerrar o ano com superávit de US$ 53 bilhões. O valor representaria alta em relação ao superávit de US$ 50,99 bilhões registrado no ano passado, mas está abaixo das estimativas das instituições financeiras. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado projetam superávit comercial de US$ 55,1 bilhões para 2021.