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Economia

Crédito concedido por bancos deve crescer 11,1% este ano, estima BC

Previsão é maior que a do relatório anterior, de 8%
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 24/06/2021 - 11:08
Brasília
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© Marcello Casal JrAgência Brasil

O saldo do crédito concedido pelos bancos deve crescer 11,1% este ano, de acordo com o Relatório de Inflação, publicação trimestral do Banco Central (BC), divulgado hoje (24), em Brasília. A estimativa é maior do que a observada no relatório anterior: 8%. 

“O aumento decorre da mencionada surpresa referente à evolução do saldo nos últimos três meses e da reavaliação na trajetória esperada para o crédito, em contexto de maior atividade econômica, reedição do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e desta vez como linha de crédito permanente,e novas medidas de postergação de pagamentos”, assegura o BC.

Em 2020, o saldo do crédito cresceu 15,6%, com alta de 11,2% para famílias e 21,8% para empresas. Para 2021, essa projeção de 11,1% vem do crescimento de 13,5% no crédito para famílias e de 8% para pessoas jurídicas.

“Em resumo, a revisão na projeção de crescimento do estoque total de crédito para 2021 não trouxe mudanças qualitativas relevantes em relação ao cenário esperado no relatório anterior. Ainda se espera a volta do protagonismo do crédito às famílias no SFN [Sistema Financeiro Nacional] em ambos os segmentos. Porém, a incorporação no cenário de novos estímulos creditícios para as pequenas e médias empresas diminuiu a intensidade da desaceleração esperada no segmento de pessoa jurídica (PJ) direcionado”, afirma o relatório.

Para o crédito livre, a projeção de expansão é 13,5%, com aumentos de 14% e 13% para os saldos de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas, respectivamente. A expectativa para o crédito direcionado é de aumento de 7,7% em 2021, com alta de 13% para as pessoas físicas e estabilidade para as empresas.

O crédito livre é aquele em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

Análise

De acordo com o Banco Central, os dados do mercado de crédito divulgados desde o último relatório mostraram desempenho acima do esperado em todos os segmentos, com destaque para a trajetória do crédito direcionado, que surpreendeu nas operações com pessoas físicas e jurídicas. No crédito livre, houve destaque para o aumento nas contratações de pessoas jurídicas em março, principalmente nas linhas de desconto de recebíveis e financiamento às exportações.

Nos financiamentos às empresas com recursos livres, a projeção passou de 10% para 13%, considerando o maior crescimento econômico e perspectivas favoráveis para o setor exportador. Em relação ao crédito direcionado para as empresas, a projeção passou a contemplar novo aporte ao Fundo de Garantia de Operações (FGO), responsável por oferecer garantias às operações do Pronampe, assim como medidas pontuais de prorrogação de pagamentos. Com isso, a expectativa do BC é que o saldo de crédito registre estabilidade nesse segmento, em comparação com a projeção de queda de 7% no relatório anterior.

No segmento de pessoas físicas, a projeção subiu de 12% para 14% no saldo dos empréstimos com recursos livres, com maior contribuição das operações de cartão de crédito à vista e financiamento de veículos. 

“A despeito do recrudescimento da pandemia, a resiliência desse segmento se mostrou uma surpresa, com efeitos bem menos intensos do que os vistos no ano passado”, explica o relatório. No crédito direcionado, a projeção de crescimento foi revista de 11% para 13%, influenciada pelo volume de concessões crescente nos financiamentos imobiliários no contexto de taxas de juros ainda baixas e pelo aumento nas contratações do crédito rural, em linha com o bom desempenho do setor agrário.