Brics pode ser coerente e sem antagonismo a outros fóruns, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta terça-feira (22), que o Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) pode ser coerente com seus propósitos sem significar antagonismo a outros fóruns dos quais seus membros façam parte. Haddad discursou durante evento do Fórum Empresarial do Brics, em Joanesburgo, na África do Sul.
“Acreditamos que os organismos internacionais precisam, de alguma forma, refletir esse novo contexto global em que potências emergem, em que países se desenvolvem e que modificam a face do planeta à luz da dinâmica econômica, social e política”, disse.
“O Brics tem uma grande contribuição. China, Brasil, África do Sul, Índia e Rússia podem, cada um a partir da sua perspectiva, oferecer ao mundo uma visão que seja coerente com os seus propósitos e que não significa nenhum tipo de antagonismo a outras formas importantes dos quais nós mesmos participamos.”
Haddad faz parte da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está em Joanesburgo para a 15ª Cúpula do Brics, que ocorre amanhã (23) e quinta-feira (24). Durante o encontro com empresários, ele falou da contribuição do bloco no plano internacional e ressaltou que o Brasil tem feito o dever de casa “para colocar a sua economia como receptadora de investimentos estrangeiros”.
O ministro citou a reforma tributária e o compromisso do Brasil com o meio ambiente e com o desenvolvimento de fontes de energia limpa. Para ele, é importante que haja uma diversificação e uma pulverização das atividades industriais pelo planeta.
“África e América do Sul podem ser plataformas para a diversificação das atividades industriais globais. O mundo vive um retrocesso do ponto de vista da globalização, mas isso pode significar um movimento de diversificação e pulverização das plantas industriais, oferecendo para os nossos povos salários e empregos mais dignos e qualificados, para que as oportunidades sejam distribuídas mais equanimemente pelo globo terrestre. Não há necessidade de concentrar toda a produção em poucos estados nacionais até para valorização das soberanias nacionais e da diversidade cultural que é um valor intrínseco aos Brics”, disse.
O presidente Lula também participa do Fórum Empresarial do Brics nesta terça-feira.