Singapura: mulheres buscam espaço no mundo acadêmico
Singapura - Como é ser mulher em Singapura? Essa pergunta tem tantas respostas quantas são as mulheres que vivem nessa cidade-estado. Para a professora da Universidade Nacional de Singapura (NUS) Anne Pakir é uma questão de esforço e habilidade para se destacar não apenas como mulher, mas como cidadã nesse país altamente competitivo.
Como professora universitária em uma sociedade onde a educação é prioridade, Anne está entre poucas. “Eu fui muito sortuda porque sempre tive apoio da minha família e do meu marido. Eles me ajudaram a fazer o que eu gosto de fazer”.
Ela conta que um estudo mostrou que as mulheres nas universidades da Singapura não chegavam ao topo na proporção que deveriam. De acordo com Anne, as “demandas sociais” ao longo da formação atrapalham a ascensão na vida acadêmica. Entre essas demandas, ela destaca a maternidade, cujas obrigações ainda recaem, principalmente nos primeiros anos de vida, sobre as mulheres. “A maternidade acaba tirando nosso tempo na pesquisa”, diz.
Em Singapura, os estudantes passam por uma avaliação no 10º ano escolar, geralmente aos 15 anos, e a partir dos resultados podem escolher uma trajetória de estudos. Entre elas, uma trajetória voltada para o ensino técnico e uma para o ensino acadêmico. Essa formação ocorre ainda no que seria para o Brasil o ensino médio.
Aqueles que são aprovados para a formação acadêmica, podem ingressar em uma das universidades e cursar uma graduação. Atualmente, 35% da população de 18 a 24 anos cursa uma universidade em Singapura. No Brasil, essa porcentagem é 18,1%.
Após esse processo, ainda é necessário se especializar e fazer um curso específico de formação de professores para lecionar. Anne passou por tudo isso e seguiu os estudos. Possui, entre outros títulos, Ph.D em linguística na Universidade do Havaí, em Manoa, Honolulu, Estados Unidos.
Mulheres no poder
Singapura tem, desde 2017, a primeira mulher presidente, Halimah Yacob. “Eu acho que mulheres no mundo geralmente pensam que existe um teto de vidro que não podem ultrapassar. Na Singapura é uma questão de habilidade, mais do que de gênero, que vai encorajar você a aspirar uma posição de poder”, defende, Anne.
Os estudos na Singapura são diários, inclusive nos finais de semana. O nível de cobrança e de estresse é alto. Já no final da carreira, Anne, quer agora, ter tempo para cuidar de si. “Estou muito feliz porque eu vou me aposentar. Eu trabalhei por 48 anos da minha vida, o que é um longo tempo. Eu estou ansiosa para ter mais tempo para mim.”
Para saber sobre as experiências em educação de Singapura e Índia, além de curiosidades sobre os dois países, clique aqui e acompanhe o Diário de Bordo de Mariana Tokarnia, veja também a galeria de fotos.
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*A repórter viajou a convite do Semesp