Coluna - Esses Jogos que parecem Olimpíadas...
Conhecer mais de uma vila dos atletas de grandes eventos é uma honra, geralmente, para quem de fato é atleta. Portanto, eles podem até não ser os únicos, mas certamente são os mais bem posicionados para comparar diferentes experiências. E a vila dos Jogos Mundiais Militares de Wuhan, na China, muito provavelmente vai ocupar uma das posições mais altas nesse ‘ranking’ imaginário.
Ela impressiona por dois motivos, que tem relação direta um com o outro: o tamanho e a semelhança com vilas de Jogos Olímpicos, notoriamente as maiores competições do mundo, o padrão a ser seguido. São mais de 565 mil metros quadrados de área, divididos por mais de 1.900 apartamentos, além de bastante espaço verde. A julgar pelos depoimentos e pelo que foi possível ver na Rio 2016, possui todas as coisas que tornam uma vila de atletas algo como uma cidade, cuja população é formada apenas por pessoas com grandes capacidades físicas. Tem espaço para treinos, grandes refeitórios, lojas, bares, locais de apresentações culturais e muitos, muitos atletas circulando pelo local.
Karla, da seleção feminina de basquete, esteve nos Jogos de Atenas (2004), Pequim (2008) e Londres (2012). Ela coloca a vila de Wuhan entre as melhores que já viu.
"Eles realmente não fizeram nada para ficar abaixo de nenhuma outra. Eu participei de três Olimpíadas e está muito similar. A impressão que eu tenho é de que estou na minha quarta Olimpíada", diz a atleta.
É a primeira vez que uma edição de JMM conta com uma vila construída especificamente para a competição. Quem participou em outras oportunidades, caso de Davi Rossetto, da seleção masculina de basquete, logo percebeu a diferença.
"Eu estive na Coreia em 2015 mas não era nem parecido. No caso, era uma vila militar que havia sido adaptada para receber os atletas. Esta foi construída para receber os atletas com um conforto e uma comodidade que poucas vezes vamos ver em uma competição", destacou.
A vila ficou pronta em apenas dois anos, tempo considerado baixo para uma obra de porte tão grande. Após o fim dos Jogos Mundiais Militares, os apartamentos serão comercializados. Mas todo o clima de confraternização vai embora junto com os atletas, no domingo (27).
"É muito interessante ver o quanto as culturas são diferentes. Com relação a alimentação, comportamento, trajes e outros aspectos. É incrível como o ser humano, mesmo com idiomas diferentes, é capaz de se integrar através de um sorriso, de um ‘bom dia’ em outra língua. A gente está sempre trocando energia boa e isso tem sido muito legal", diz Rossetto.