Coluna – Um fim de semana de seis anos
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Quem não conhece a história de Jó? Assim como a dele, existem várias outras em que a paciência é o sentimento mais apropriado a ser cultivado em busca do melhor resultado. As conquistas do Flamengo no último fim de semana comprovam que o imediatismo não pode se transformar em irresponsabilidade. E que para tudo existe um tempo certo. Como os frutos, pacientemente esperados pelo agricultor, que sabe colher na hora certa.
Este ano, o Flamengo gastou em contratações pouco mais de R$ 200 milhões. E estima-se que vá faturar mais de R$ 1 bilhão, o primeiro clube do país a atingir esse patamar. Só no fim de semana passado, com as premiações asseguradas da Copa Libertadores e do Brasileirão, entraram no cofre mais de R$ 70 milhões. A questão é que, para que isso acontecesse, foram necessários seis anos de investimentos, paciência, responsabilidade e coragem. Enfim, persistência.
Lembro que, no passado, usávamos aqui no Brasil as experiências europeias para criticarmos as constantes mudanças de treinadores. Sempre se falava da necessidade de se investir em trabalhos de longo prazo para que o resultado viesse. Exemplos? O inglês Alex Ferguson, que, no comando do Manchester United, esperou três anos até ganhar seu primeiro grande título. O francês Arsène Wenger, que ficou dois anos até levantar um troféu no Arsenal. Entre tantos outros.
Por que, então, quando Eduardo Bandeira de Mello decidiu que por seis anos a prioridade seria ajustar as contas, as críticas vieram? Houve exagero na troca de treinadores, mas nenhum desvio na rota do ajuste fiscal. O resultado começou a surgir nas contratações de jogadores como o peruano Guerrero e os meias Everton Ribeiro e Diego. Esse ano vieram Bruno Henrique, Gabigol, Arrascaeta, Gérson, Rafinha e Filipe Luís, todos frutos colhidos da antiga plantação.
No tempo certo. Pra que pressa, se a vitória pode vir aos 46 minutos do segundo tempo?