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Esportes

Após brilhar em Tóquio, Alison dos Santos quer novos desafios

Bronze na Olimpíada o transforma em uma referência na modalidade
Juliano Justo - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional
Publicado em 04/08/2021 - 01:16
São Paulo
Alison dos Santos, 400 m com barreiras, atletismo, tóquio 2020, olimpíada
© Gaspar Nóbrega/COB/Direitos Reservados

Na madrugada desta terça-feira (3), aos 21 anos, Alison dos Santos fez história na pista do Estádio Olímpico durante a Olimpíada de Tóquio (Japão). Quebrando a marca sul-americana pela 6ª vez nos últimos meses, ele faturou a medalha de bronze na prova dos 400 metros (m) com barreiras com a incrível marca de 46s72. Esta foi a primeira vez que um atleta da América do Sul correu abaixo de 47s.

Alison também encerrou um jejum de 33 anos sem conquistas nacionais em provas individuais de pista do atletismo brasileiro. As últimas haviam sido o bronze de Robson Caetano, nos 200 m rasos, e a prata de Joaquim Cruz, nos 800 m rasos nos Jogos de 1988 (Seul).

“Há alguns dias acabei vendo nas redes sociais duas frases muito inspiradoras. Se alguém já fez, eu também posso. Se ninguém fez, por que eu não posso ser o primeiro? Foi em cima disso que meu técnico e eu trabalhamos focados na medalha. Quebrar esse jejum de medalhas brasileiras em edições de Jogos Olímpicos é sensacional, assim como em Doha, no Mundial de 2019, eu fui à final, algo que um brasileiro não ia há 19 anos. Tenho certeza de que posso muito mais”, declarou o corredor durante entrevista coletiva promovida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na noite desta terça-feira (3).

Outro fato que demonstra o quanto foi expressiva a conquista é que, em todas as finais olímpicas disputadas até os Jogos da capital japonesa, o tempo alcançado pelo brasileiro seria suficiente para conquistar a medalha de ouro na prova. O brasileiro só não alcançou o lugar mais alto do pódio porque o nível da disputa foi absurdo. O norueguês Karsten Warholm levou o ouro quebrando o recorde mundial, e correndo pela primeira vez na história abaixo de 46 segundos (45s94). Já a prata ficou com o norte-americano Rai Benjamin (46s17).

Porém, o paulista confia em seu potencial e sabe que pode ser ainda mais rápido nos próximos desafios. “Sempre tem algo para corrigir, para melhorar. A marca de 46s era praticamente impossível, mas a gente foi lá e fez. Agora, queremos mais. Sem colocar limites, quero seguir em busca de outras vitórias para, no final da minha carreira, poder olhar para trás e ter a certeza de que coloquei meu nome na história. E vou ser referência para todos que sonham em se tornar um atleta profissional”, concluiu.