Jogadoras da Espanha se apresentam para treinos sob ameaça de sanções
Algumas das jogadoras espanholas da equipe vencedora da Copa do Mundo, que ameaçaram boicotar a seleção nacional em um esforço para acabar com o machismo na Federação Espanhola de Futebol (RFEF), se apresentaram para treinar nesta terça-feira (19) sob a ameaça de serem punidas.
Misa Rodríguez, Olga Carmona, Oihane Hernández, Eva Navarro e Tere Abelleira, que haviam dito anteriormente que não jogariam pela equipe até que novas mudanças fossem aplicadas na Federação Espanhola de Futebol (RFEF), chegaram a um hotel próximo ao aeroporto de Madri e foram vistas partindo de ônibus para o aeroporto para viajar para um campo de treinamento perto de Valência.
As cinco foram convocadas para a partida da Liga das Nações Feminina contra a Suécia na última sexta-feira (15) pela nova técnica Montse Tomé, apesar de terem assinado uma declaração na semana passada pedindo mais demissões na RFEF, além do ex-presidente Luis Rubiales e do ex-gerente Jorge Vilda.
Caso recusassem a convocação, as jogadoras poderiam enfrentar multas de até 30 mil euros e a suspensão da licença da federação por dois a 15 anos, de acordo com a Lei de Esportes da Espanha.
Duas fontes próximas das jogadoras disseram que esperavam que toda a equipe se apresentasse, tendo em vista a ameaça de sanções.
As jogadoras, incluindo a vencedora da Bola de Ouro Alexia Putellas, compartilharam na última segunda-feira (18) uma declaração na plataforma de mídia social X que dizia que as jogadoras haviam dito à RFEF que não queriam ser consideradas para a seleção e que estavam “estudando as possíveis consequências legais a que estamos expostas pela RFEF ao nos colocar em uma lista para a qual havíamos pedido para não sermos selecionadas”.
Jenni Hermoso, a jogadora que esteve no centro do escândalo depois que Rubiales agarrou sua cabeça e a beijou nos lábios, não estava na lista de convocadas anunciada por Tomé na última segunda-feira, que incluía 15 dos 23 jogadoras vencedoras da Copa do Mundo.
Hermoso, que, de acordo com Tomé, não foi selecionada para protegê-la, na segunda-feira ofereceu seu apoio às companheiras de equipe “que foram pegas de surpresa e forçadas a reagir a outra situação infeliz causada pelas pessoas que continuam a tomar decisões dentro da RFEF”.
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