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Em evento nacional do MST, Stédile defende reforma política

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/02/2014 - 20:39
Brasília
Brasília - Cerca de 15 mil sem-terra de todo o país participam da abertura do 6º Congresso Nacional do MST (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Cerca de 15 mil sem-terra de todo o país participam do 6º Congresso Nacional do MSTMarcelo Camargo/Agência Brasil

 Ao discursar no 6° Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o dirigente do movimento, João Pedro Stédile, defendeu hoje (11) a reforma política e criticou o agronegócio. O evento tem como lema "Lutar, construir reforma agrária popular" e reúne cerca de15 mil trabalhadores de diversos estados.

“Sem a democratização do Estado brasileiro, a reforma agrária popular continua bloqueada. Por isso, temos que nos engajar em uma Constituinte para mudar as regras políticas do país”, disse.

Segundo Stédile, é preciso fazer a reforma agrária de acordo com um modelo que, vá além da distribuição de terras, e abranja também o combate aos agrotóxicos e a produção agroecológica. “Não adianta pegar terra e imitar os fazendeiros. Temos que mudar a matriz produtiva, temos que desenvolver técnicas de produção da agroecologia que incorpore a mão de obra”, disse. Na avaliação do presidente do MST, o agronegócio não tem futuro porque depende apenas da taxa de lucro internacional.

Para Stédile, o governo tem a participação de diversos atores e isso prejudica a tomada de decisões. “É um governo de composição e lá dentro tem os banqueiros, tem os empresários, tem a classe média”. O dirigente do MST, no entanto, disse que também há defensores da reforma agrária. “Mas é um governo de composição, de forças antagônicas e em um governo assim é difícil avançar”, disse.

O congresso do MST vai até a próxima sexta-feira (14) e marca também os 30 anos de criação do movimento.  O principal objetivo do evento é discutir e fazer um balanço da atual situação do movimento, traçar novas formas de luta pela terra, reforma agrária e transformações sociais, de acordo com o MST.