Moradores de Duque de Caxias reclamam de atraso na entrega de moradias

Publicado em 06/02/2014 - 18:19 Por Isabela Vieira- Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Moradores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, voltaram a lembrar hoje (6) que continuam paradas as obras de conclusão dos apartamentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na Vila Ideal. Durante evento com o governador Sérgio Cabral e o prefeito Alexandre Cardoso, eles estenderam uma faixa advertindo que a obra começou em 2009 e questionaram o atraso.

Antes de ser abordado de maneira truculenta por policiais militares sem identificação, José Fernando Martins reclamou que está há quatro anos vivendo do aluguel social, por ter tido a casa desapropriada para dar lugar ao empreendimento. “O problema é que eles atrasam o pagamento e sempre ficamos no desespero. Queremos ou nossas casas ou os novos apartamentos”.

Segundo os antigos moradores de Vila Ideal, atrasos no aluguel social são frequentes e não há decisão dos governos para concluir os prédios. Eles contam que a prefeitura havia se comprometido com uma força-tarefa no fim de 2013, mas nada avançou de lá para cá. No terrenos, os prédios do PAC são um oásis em meio a casas demolidas ou abandonadas.

“Veja só, está quase tudo pronto. Os apartamentos vão ficar uma gracinha, têm dois quartos, uma sala, cozinha e até essa varandinha”, disse Maria de Fátima de Souza, uma das moradoras que tiveram casas desapropriadas. Ela se diz frustrada por ter deixado a casa onde morava e estar vivendo, agora, sem previsão de ter residência própria ou de receber aluguel social. “Sinto-me um pouco humilhada”, confessou.

De todo o empreendimento, apenas um dos imóveis está com a construção adiantada, com a parte externa pintada de azul, mas sem obras de acabamento aparentes. Os demais, ainda no reboco, tiveram janelas quebradas por atos de vandalismo.“Como fica abandonado, o povo se indigna, joga pedra, quebraram quase todas as janelas”, disse o presidente da associação de moradores, Carlos Voley.

Em volta, as casas da comunidade foram ocupadas por usuários de drogas e por famílias que acabaram voltando para imóveis que haviam sido desapropriados para a urbanização local. “Comprei tudo de novo e me restabeleci. Não dá para depender de um dinheiro que não é certo”, contou Vera Lúcia Vital Oliveira. Ela mora com dois filhos, um de 2 e outro de 13 anos.

A assessoria do prefeito Alexandre Cardoso não informou sobre o andamento das obras do PAC em Vila Ideal e o Ministério das Cidades alegou que a responsabilidade é local. Sobre a abordagem de policiais militares à manifestantes, o sargento Aurélio Melo, responsável pela atuação no local, e que acompanhou de longe a situação, disse que vai apurar o ocorrido.

Edição: Davi Oliveira

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