Apenas 2% dos roubos em São Paulo são esclarecidos, diz secretário
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, disse hoje (25) que apenas 2% dos roubos praticados no estado são esclarecidos. Esse tipo de crime registrou expressivo aumento, segundo os dados divulgados hoje (25) pela própria secretaria. Em comparação com fevereiro de 2013, o mesmo mês deste ano teve aumento de 37,2% nesse tipo de crime. Foram 18,4 mil roubos no ano passado, contra 25,3 mil no mês passado.
Grella ponderou, no entanto, que o crescimento do número de roubos está relacionado com a redução da subnotificação. Em dezembro passado, a Polícia Civil passou a aceitar o registro desse tipo de crime pela internet. “Essa tendência de aumento tem que ser contextualizada com essa nova forma, que facilita para as pessoas vítimas de roubo registrarem a ocorrência. Nós sabíamos que haveria esse aumento”, enfatizou ao comentar os dados.
De acordo com o secretário, pesquisas de abrangência nacional indicam que em torno de 65% das vítimas de roubo não comunicam as autoridades. Apesar do grande percentual de casos subnotificados, Grella admitiu que não se pode atribuir o aumento do número de casos apenas à facilitação do registro da ocorrência. “Nós não estamos dizendo que esse aumento se deve apenas e exclusivamente à Delegacia Eletrônica”, acrescentou.
Na cidade de São Paulo, os roubos tiveram aumento de 47,5%, saindo de 8,9 mil ocorrências em fevereiro de 2013 para 13,2 mil casos em fevereiro deste ano. Na mesma comparação, os roubos de veículos cresceram 29%. Foram 3,5 mil registros desse tipo de crime em fevereiro do ano passado, contra 4,5 mil em fevereiro último.
A falta de solução dos crimes é um problema, que segundo Grella, afeta todo o país. “A taxa de esclarecimento de crimes é baixa. Não é um problema de São Paulo, é um problema geral da Polícia Judiciária, e nós estamos investindo muito nesta matéria”, ressaltou o secretário, que anunciou a contratação de 2,1 mil agentes para a Polícia Civil ainda este ano.
O secretário também atribuiu as dificuldades em reduzir o número de roubos à conjuntura nacional. “Nós vivemos um problema que não é local, não é da cidade de São Paulo, do estado de São Paulo, ele é nacional. Pode pegar os indicadores de outros estados. Quais são as causas? São econômicas, são sociais e são de violência também, porque a droga é um fator desencadeante da prática de outros crimes”.
Em relação aos homicídios, o número permaneceu praticamente estável na capital. Foram 86 casos em fevereiro deste ano, contra 89 no mesmo mês de 2013. Em todo o estado foram registrados 329 assassinatos, 11,3% menos do que o verificado em fevereiro do ano passado. O número de latrocínios ficou estável no estado, com 33 casos em fevereiro deste ano, o mesmo número do ano passado.