Costureiras de comunidades da Tijuca vão montar desfile para a Fashion Rio

Publicado em 03/04/2014 - 18:56 Por Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A edição de novembro da semana de moda Fashion Rio deve contar este ano com um desfile preparado por costureiras de comunidades pacificadas da Tijuca, na zona norte do Rio. O projeto Samba, Moda e Sustentabilidade foi lançado hoje (3) na quadra do Grêmio Recreativo e Escola Samba Acadêmicos do Salgueiro.

O convênio entre o Instituto Pereira Passos (IPP), o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Salgueiro e a ONG franco-brasileira Moda Fusion vai capacitar 20 costureiras de comunidades da região para trabalhar na indústria da moda. De acordo com a presidenta do IPP, Eduarda La Rocque, o curso, que vai durar 5 meses, é de capacitação e inclusão produtiva, para costureiras que já trabalhavam com fantasias para o carnaval.

“O curso é voltado para moda, é justamente pegar as costureiras que estão acostumadas a trabalhar só para o carnaval e capacitá-las também para vender para desfile de moda, design, então é uma questão bem da indústria de moda. A ideia é que elas produzam peças para serem disponibilizadas e vendidas no Fashion Rio, que vai ser em novembro. Então vai ter uma coleção apresentada lá e depois vai ter toda a coleção para ser vendida entre o Fashion Rio e o carnaval”.

Para Eduarda, o curso, articulado pelo projeto da prefeitura UPP Social, pode proporcionar também mobilidade produtiva e social, devido ao alto valor agregado ao setor de moda. “É uma oportunidade de algumas delas que têm talentos fantásticos se destacarem e poder se transformar em grandes estilistas, grandes costureiras, e serem aproveitadas pela indústria da moda no seu mais alto valor agregado”.

O projeto-piloto envolve 20 costureiras, mas pode ser expandido no próximo ano, dependendo do resultado do curso. De acordo com o IPP, a iniciativa está fundamentado em três pilares de produção e consumo: a proteção humana, ambiental e cultural, para promover o comércio justo, o uso de matérias-primas orgânicas, ecológicas e recicladas e valorizar técnicas locais e tradicionais.

Edição: Stênio Ribeiro

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