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Mãe de jovem morta por PM do Rio pede fim da impunidade de policial

Haíssa Vargas Motta, 22 anos, foi morta durante uma abordagem da
Da Agência Brasil
Publicado em 12/01/2015 - 18:46
Rio de Janeiro
Ironildo Motta da Silva e Sônia Vargas Motta, pais de Haíssa Vargas Motta, 22, morta durante uma abordagem da Polícia Militar (PM), no ano passado
© Tânia Rêgo/Agência Brasil
Ironildo Motta da Silva e Sônia Vargas Motta, pais de Haíssa Vargas Motta, 22, morta durante uma abordagem da Polícia Militar (PM), no ano passado (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Ironildo Motta da Silva e Sônia Vargas Motta, pais da jovem Haíssa, defendem o fim da impunidade policialTânia Rêgo/Agência Brasil

A mãe de Haíssa Vargas Motta, morta durante uma abordagem da Polícia Militar (PM) no ano passado, Sônia Vargas Motta, disse hoje (12) que o vídeo da ação da polícia confirma que sua filha foi vítima de um crime e que é preciso acabar com a impunidade do policial que, afastado das ruas, fica trabalhando administrativamente. O vídeo que mostra a ação que resultou na morte da jovem de 22 anos foi divulgado pelo site da revista Veja.

O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro anunciou hoje (12) que vai denunciar o policial Márcio José Watterlor por homicídio doloso.

"Soltaram o nosso grito de dor com esse vídeo. Se eu cometesse um crime, eu seria presa, mas ele, não. A nossa vida parou. A gente não consegue trabalhar. Os policiais atiraram primeiro para depois perguntar. Não é possível que isso continue a acontecer, não quero acreditar que tenha sido esse ensinamento que esse cidadão desobedeceu. Nego-me a acreditar que ele tenha sido treinado para atirar e depois perguntar. O procedimento foi totalmente errado. Isso só redobra e aumenta a dor", protestou.

O pai de Haíssa, Ironildo Motta da Silva, classificou de equivocada a ação dos policiais e disse que a ação deles mostrou falta de treinamento e de postura militar. "É um despreparo total e nos causou uma dor muito grande. Hoje, estamos revendo tudo, e é uma segunda dor, ainda maior, insuportável. Esse vídeo veio para nos ajudar a reavivar o crime, que até então havia ficado esquecido. Durante cinco meses, o nosso governo, nosso estado, não se pronunciou sobre o caso. E esse vídeo, nesse sentido, foi um presente para a gente. Até então, minha filha era como um bicho jogado no lixo, mas a minha filha não é nem bicho, nem lixo. Minha filha, uma menina que ia cursar a faculdade, foi tratada como eles tratam bandidos.”

Em um encontro com empresários no Rio, o governador Luiz Fernando Pezão, lamentou a morte de Haíssa e destacou que seu governo tem compromisso com uma melhor formação dos policiais militares. "Tenho certeza de que vamos melhorar muito a formação de nossos policiais, mas é um processo demorado." Pezão disse que a morte da jovem um erro, fruto da imperícia policial. "É importante lembrar que foram as câmeras que estavam dentro do carro da polícia, fruto da tecnologia que estamos implantando cada vez mais no aparato policial, foram as câmeras que detectaram os erros."

Além disso, o governador destacou que o tempo de formação do policial no Rio de Janeiro é igual ao de outros lugares do mundo: "[a formação] é a mesma que há em todo lugar. O período que ele passa, de seis a oito meses, é o mesmo em qualquer lugar do mundo."