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Manifestação lembra estudante da UFRJ morto em assalto no Rio

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/01/2015 - 17:39
Rio de Janeiro
Familiares e amigos fazem homenagem a jovem morto em assalto

Manifestantes fizeram um minuto de silêncio para relembrar estudante morto em tentativa de assaltoFoto Cristina Indio/Agência Brasil

Familiares e amigos do estudante Alex Schomaker Bastos, morto na quinta-feira (8) após uma tentativa de assalto, fizeram hoje (11) ato em homenagem a ele. A ação também teve o propósito de chamar a atenção das autoridades e dos cidadãos para a violência nas ruas do Rio de Janeiro. A manifestação que reuniu cerca de 100 pessoas ocorreu ao lado do ponto de ônibus, na Rua General Severiano, em Botafogo, zona sul do Rio. Segundo a polícia, Alex foi ferido com cinco tiros por dois homens que estavam em uma moto e quiseram levar a mochila do estudante. Ele tinha acabado de sair do campus da Praia Vermelha, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde fazia o curso de biologia. O ponto de ônibus fica do outro lado da rua, a poucos metros da saída do campus.

Os manifestantes, na maioria vestidos de branco, fizeram um minuto de silêncio e em seguida deram as mãos e rezaram o Pai Nosso. Durante a manifestação, muitos deles seguravam cartazes com uma foto e a frase "Eu sou Alex", em alusão à mensagem "Eu sou Charlie", que se refere ao atentado que matou jornalistas e cartunistas do jornal francês Charlie Hebdo, em Paris.

Muito emocionada, a mãe de Alex, Mausy Schomaker, em alguns momentos se ajoelhava em frente aos cartazes levados para o local e beijava a foto do filho. Ao gravar um depoimento em vídeo, ela defendeu que a morte do filho sirva para alguma coisa, embora isso não seja um consolo, e defendeu a troca de armas por livros. “A educação vai salvar o Brasil”, completou.

Em entrevista à Agência Brasil, a professora disse que a manifestação se destinou a chamar a atenção da população sobre o que aconteceu com Alex e com outras pessoas diariamente. Ela adiantou que, no dia 26, data em que Alex iria se formar no curso de biologia, haverá uma cerimônia em que receberá o diploma do filho. “Vai ser a cerimônia mais difícil da minha vida, porque esperei tanto essa formatura e eu vou lá receber o diploma do meu filho post mortem, mas aqui [na manifestação pretendemos] não deixar de lembrar [a necessidade de combater a violência] pelo menos por um tempo, porque sei que daqui a pouco haverá outras mortes”, disse.

Mausy Schomaker destacou que todos os depoimentos feitos por amigos de Alex na manifestação mostraram que ele era um jovem querido por todos. “Ele merece todas as homenagens. O que falaram dele não é uma coisa da mãe que acha o filho lindo e fantástico. As pessoas acham. A história do meu filho é tão curta e tão cheia de coisas boas. Ele merecia isso aqui. Foi muito pouco o que fizemos por ele”, analisou.

O amigo Igor Rodrigues da Costa desenvolvia com Alex projetos no Laboratório de Biologia, um deles na área de bioinformática. “Era um trabalho que precisa de uma pessoa que juntasse esses dois conhecimentos. Ele era uma pessoa muito inteligente e tinha muito paixão por ensinar. Era um bom amigo. Vou sentir muita saudade dele”, disse.