Salões de beleza do DF têm até abril para contratar técnico em microbiologia

Publicado em 31/01/2015 - 16:34 Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Salões de beleza do Distrito Federal (DF) têm até abril para contratar um profissional com conhecimentos básicos de microbiologia; limpeza, desinfecção e esterilização de equipamentos; higienização de superfícies e biossegurança e gerenciamento de resíduos. É o que prevê resolução normativa publicada este mês pela vigilância sanitária.

A norma vale para todos os estabelecimentos que realizam atividades de cabeleireiro, barbearia, depilação (sem o uso de eletrólise, luz pulsada, laser e congêneres), manicure e pedicure, estética facial, estética corporal, banho de ofurô, massagem estética e relaxante e outras atividades similares no DF.

Cabelereiros e barbeiros, E / D : Cabelereiras, Marina Praia e Vânia Praia

Salões de beleza terão de contratar ténico em microbiologiaElza Fiúza/Agência Brasil

Além da contratação do profissional, os salões de beleza deverão criar um manual com todas as atividades desenvolvidas no local e disponibilizar luvas, óculos, máscaras e jalecos para os funcionários, conforme a função exercida por cada um. O estabelecimento que descumprir as regras cometerá infração sanitária e poderá ser multado e ter o alvará de funcionamento cancelado.

Em entrevista à Agência Brasil, a gerente de Serviço de Saúde da Diretoria de Vigilância Sanitária do DF, Luciane Antunes Madeira, explicou que as discussões sobre o licenciamento sanitário em salões de beleza haviam sido suspensas em 2010 mas, no ano passado, com a publicação do Código de Saúde do Distrito Federal, ele se tornou obrigatório.

“Tivemos que correr com a norma”, explicou. “Nossa ideia é exigir do profissional que, no curso que ele fizer, no próprio conteúdo programático, sejam abordados conhecimentos mínimos e básicos de microbiologia, que tratem da transmissão de doenças, do reprocessamento de material para evitar riscos para o trabalhador e o público”, disse.

Luciane lembrou que a maior parte dos cursos disponíveis atualmente já oferece essa capacitação. A gerente acredita ainda que o próprio mercado se adapte às novas regras e passe a integrar os itens exigidos pela resolução normativa.

Vânia Praia, 36 anos, e Marina Praia, 43 anos, proprietárias de um salão de beleza na capital federal, disseram ter se assustado com a chegada "abrupta" da resolução normativa. “Até agora, não tivemos explicações ou orientações de ninguém. Tudo o que sabemos é porque nós mesmas buscamos entender o que foi divulgado”, contou Vânia.

A estratégia adotada pelas irmãs é se juntar a mais alguns estabelecimentos e contratar um profissional para ministrar o curso de microbiologia. “A gente mesmo é quem vai ser esse técnico. O curso que estamos pretendendo tem duração de dois dias. Então, nos parece possível, sim, fazer essa mudança até a data estabelecida".

Edson Silva, 43 anos, é um dos quatro proprietários de uma barbearia em Brasília. Ele admitiu não ter muito conhecimento sobre as novas regras, mas já adiantou que, caso se faça necessária a contratação de um profissional, os preços para o consumidor vão subir.

"Eu acho um absurdo uma medida como essa. A Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] já nos tirou a navalha, por exemplo. Outros materiais que temos que ter são descartáveis, com exceção do pente, que a gente lava sempre depois de usado. Me parece mesmo mais uma maneira de aumentar nosso custo", criticou.

Edição: Fernando Fraga

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