Ortopedistas lançam campanha para reduzir acidentes e traumas no carnaval
Como faz todos os anos, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) lançou em todas as regionais da entidade no país a campanha Carnaval sem Traumas, para reduzir o número de acidentes no período de folia.
O secretário-geral da Sbot, André Pedrinelli, sustentou hoje (10) que, todos anos, o carnaval acaba sendo responsável por um grande número de pessoas que morrem ou são acidentadas. Os dados mostram que 150 pessoas, em média, morrem por ano nas estradas federais na época do carnaval e mais de 1.800 sofrem acidentes.
“Então, o mote do carnaval seguro é isso: é prevenir ou alertar as pessoas para os riscos que podem acontecer nessa época." O médico lembrou que o álcool é peça fundamental no acidente automobilístico. “E isso pode atrapalhar a vida de muita gente, principalmente dos jovens, na idade produtiva da vida.”
Os ortopedistas de todo o país prometem distribuir milhares de folhetos informativos nos sinais, pedágios e nas estradas federais. Pedrinelli disse que a Sbot está aberta a parcerias com outras entidades, como a Polícia Rodoviária Federal, com o objetivo de alertar a população sobre os cuidados para evitar traumas desnecessários.
Segundo Pedrinelli, o principal cuidado tem que ser em relação ao uso do cinto de segurança, “principalmente no banco traseiro”. Ele explicou que ninguém dá muito valor a isso porque pensa que o banco da frente serve de amparo. “Mas o que acontece é que um objeto de 20 quilos que é arremessado do banco traseiro para o banco da frente, dependendo da velocidade, pode chegar com 300 quilos de carga. Uma pessoa de 70 quilos é como uma tonelada no banco da frente, só pelo deslocamento da massa que tem” e, embora o carro freie, a pessoa sem cinto não é freada.
O secretário-geral da Sbot disse também que o cinto de segurança deve ser usado no banco traseiro, tanto para pessoas como animais e cargas. No caso de animais, eles devem ser carregados dentro de suas caixas de transporte afixadas no banco ou, quando são maiores, devem usar cintos de segurança próprios, disponíveis no mercado.
Para crianças, o médico lembrou que o uso do cinto é “superimportante”. O especialista recomenda que a pessoa afivele o cinto de segurança assim que entrar no carro, fazendo desse movimento um hábito. “A pessoa tem que se habituar, porque isso, por si só, vai conferir muita segurança. Na eventualidade de um acidente, significará menos trauma para todo mundo”.
Outra prática negativa observada pela Sbot e, inclusive, proibida pelo Código Nacional de Trânsito, é o uso de celular ao volante. “Isso tira a atenção do condutor. E, se acontece com uma pessoa alcoolizada, de noite, chovendo, tira a atenção e a responsabilidade em relação ao que ocorre no trânsito. Nós não podemos ficar desatentos”, afirmou o ortopedista.
De acordo com Pedrinelli, a população que é informada sempre reage bem às campanhas. Para ele, se todas as pessoas envolvidas e que têm responsabilidade sobre o trânsito ajudarem nas campanhas, o número de 50 mil mortes por ano em acidentes de trânsito no país poderá cair. “Para cada morto, temos três ou quatro feridos. Imaginem o custo econômico e social disso.”
Metade dos leitos hospitalares é ocupada por pacientes com trauma. “Isso é uma epidemia, que tem um custo econômico, social e emocional altíssimo para o país”, afirmou Pedrinelli.
A campanha da Sbot se estenderá até o final de semana, após a Quarta-Feira de Cinzas (18). “É porque tem a volta. Muitas pessoas viajam para curtir o carnaval em outros lugares ou para fugir do carnaval, e há muito tráfego”, explicou Pedrinelli.