Não vai faltar água no Rio de Janeiro, apesar de a crise ser grave, diz ministra
Apesar do nível baixo dos reservatórios, o Rio de Janeiro não corre risco, no momento, de ficar sem água para abastecimento humano, afirmou hoje (9) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A ministra participou de reunião com o governador Luiz Fernando Pezão, o secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, e o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Jorge Luiz Ferreira Briard, para tratar de gestão dos recursos hídricos no curto e médio prazos.
De acordo com a ministra, a situação do Rio não é tão grave quanto a de São Paulo e a do Espírito Santo, mas requer consciência de cada cidadão para economizar água. Izabella explicou que o Rio de Janeiro está com uma postura preventiva de ações.
“O Rio está tomando uma série de providências, desde o plano de contingência da Cedae até investimentos em caráter emergencial para reduzir a demanda de água em torno de algumas empresas [na Baía de] Sepetiba e uma parceria com a Agência Nacional de Águas [ANA], governo federal e Ministério do Meio Ambiente em investimentos para a construção de um plano de segurança hídrica para o Rio de Janeiro considerando cenários até 2050”, disse Izabella.
Segundo a ministra, a reunião faz parte da estratégia do governo federal de construir planos de segurança hídrica para as quatro regiões metropolitanas mais densamente povoadas do país, que são as do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Belo Horizonte e de Curitiba. Além disso, Izabella anunciou uma parceria direta do Rio com a ANA, para viabilizar o planejamento no estado, e verbas federais de R$ 360 milhões para ajudar nas obras.
O secretário André Corrêa destacou que o estado passa pela pior seca desde que o levantamento começou a ser feito, há 84 anos, e explicou que as obras de curto e médio prazo para gestão hídrica chegam a R$ 930 milhões, para fazer “uma política estruturante para o resto da vida de gestão da bacia do Rio Paraíba do Sul e de aumento de oferta hídrica”, sendo R$ 360 milhões do governo federal.
De acordo com ele, as manobras de vazão no Rio Paraíba do Sul geraram economia de 450 milhões de litros de água. O secretário reiterou que a prioridade é o abastecimento humano, mas há uma questão emergencial, que é o abastecimento das empresas da região da Baia de Sepetiba, onde deságua o Rio Guandu.
“Estamos trabalhando com duas situações: uma, que já evoluiu, de fazer uma adutora de 14 quilômetros para que essas empresas possam captar água que sai da Cedae [de reuso]. Na nossa avaliação, esse investimento tem que ser privado, já que é para o abastecimento deles. E hoje surgiu essa discussão do enrocamento, um dique de pedra, que será feito na foz do Guandu para diminuir a intrusão salina, ou seja, a entrada de água do mar, que dificulta a operação dessas empresas”.
Também emergencialmente, a Cedae começou a fazer obras na região do Médio Paraíba para adaptar a captação de seis pontos de tomada de água no município de Barra do Piraí, ao custo de R$ 7 milhões.
Na questão de estrutura, estão previstos um plano para fornecer água de reuso da Estação de Tratamento de Esgoto de Alegria para a Refinria Duque de Caxias (Reduc); a ampliação da barragem do Rio Guapiaçu, em Cachoeira de Macacu, para beneficiar São Gonçalo, Itaboraí e Niterói; a adaptação das obra de controle de enchente no norte e nordeste do estado para ter reserva de água no entorno de Itaperuna; obras de reforço no túnel da represa de Santa Cecília, para melhorar o sistema de transposição do Paraíba do Sul; e a transposição do Rio dos Poços para o Rio Guandu, que está licitada.
O secretário alerta que a situação hídrica é grave, mas não é para gerar pânico e diz que não há a necessidade de ninguém fazer reserva de água em casa. Está prevista para esta quinta-feira (12) uma reunião do corpo técnico da ANA com a Cedae, para discutir os projetos.