Especialistas orientam mulheres para prevenir doenças cardíacas
O chefe da Divisão de Hipertensão do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), Ivan Cordovil, alertou hoje (6) para a necessidade de a mulher ficar atenta ao peso, mas também à pressão arterial, à glicose e ao colesterol, para prevenir doenças cardíacas. Segundo o cardiologista, a prevenção é fundamental e, para isso, é preciso fazer exames de seis em seis meses.
Ao participar da campanha de prevenção da saúde cardiovascular feminina, no Largo do Machado, no bairro do Flamengo, Cordovil disse que a hipertensão e a obesidade estão fortemente ligadas às doenças cardíacas. De acordo com o médico, depois dos 20 anos, as mulheres devem fazer exames de sangue, obrigatoriamente, duas vezes por ano, porque existem doenças que acarretam aumento da pressão arterial durante a gravidez, o que pode levar à mortalidade fetal.
O INC e o Departamento de Cardiologia da Mulher, da Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro (Socerj), são responsáveis pela campanha, que faz parte da programação comemorativa do Dia Internacional da Mulher, no próximo domingo (8).
Na ação de hoje, durante a avaliação de peso e altura e verificação da pressão arterial, quando constatavam alguma anormalidade, os médicos orientavam a paciente sobre os cuidados necessários.
O objetivo da campanha é chamar a atenção para as doenças passíveis de prevenção e que, por isso, podem ser evitadas com o controle do peso, a prática de atividades físicas, a alimentação saudável e a observação de recomendações para evitar doenças cardiovasculares. Segundo a coordenadora do INC e do Departamento de Cardiologia da Socerj, Ana Patrícia Oliveira, a obesidade e a pressão arterial elevada são dois fatores de risco importantes para o aumento da incidência das doenças cardiovasculares, principalmente entre as mulheres.
"A doença cardiovascular é a principal causa de mortalidade nas mulheres. Ela mata mais do que doenças infecciosas, câncer e acidentes", disse a médica. Por isso, é importante que as mulheres se cuidem, principalmente porque a faixa etária em que essa doença vem aparecendo entre elasé cada vez mais precoce. A mulher tem que controlar o peso adequadamente, instituir uma rotina de atividade física regular e diária e de alimentação saudável, além de eliminar o excesso de sal, combater o fumo e o alcoolismo”, recomenda Ana Patrícia.
Muitas mulheres que estavam sendo atendidas durante a ação no Largo do Machado admitiram que não têm hábito de ir ao médico. Ivolina Sepulvura, de 77 anos, moradora do Flamengo, reconheceu que deveria cuidar mais de sua saúde e que esse tipo de campanha alerta sobre a importância da prevenção de doenças.
"Eu não sinto nada. Só tenho um problema de oscilação de pressão, por causa do meu estado emocional. Confesso que não vou muito ao médico, mas sei que deveria ir", disse Ivolina. Para ela, ações como essa são muito boas. "Um dos motivos para eu estar aqui é incentivar outras mulheres, que ficam perto do Largo do Machado, porque, se eu estou aqui, elas podem estar também. Verifiquei a pressão e já está em 19. Vou passar ali, no médico e, se ele falar que eu tenho que mudar a alimentação, ou tomar remédio, vou obedecer, porque é para o meu bem-estar."
Também participaram da ação desta sexta-feira defensores públicos, que distribuíram panfletos sobre os direitos da mulher.