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Meio Ambiente

Pequenos agricultores opõem-se à construção de barragem no Rio de Janeiro

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 06/03/2015 - 11:20
 - Atualizado em 06/03/2015 - 19:45
Rio de Janeiro

Pequenos agricultores e famílias assentadas no município de Cachoeiras de Macacu reúnem-se, na tarde de hoje (6), com o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, para discutir a construção de uma grande barragem no Rio Guapiaçu. Os agricultores são contra a construção porque, segundo eles, isso resultará na remoção de 3 mil famílias da região para o preenchimento do reservatório.

Segundo o gestor ambiental Sérgio Ricardo, que acompanha as discussões, a barragem também provocará perda de 12 milhões de árvores e prejuízo de R$ 100 milhões por ano, devido à inundação de áreas agrícolas.

A proposta dos agricultores é criar três represas menores em afluentes dos rios Guapiaçu e Macacu e usar quatro represas da Cedae (estatal responsável pelo abastecimento de água na região) que hoje estão inutilizadas. Com a alternativa, espera-se armazenar o mesmo volume da grande barragem.

“A barragem grande terá um impacto horrível. Já com a proposta de três barragens menores podemos ter o mesmo volume de água represado, com um impacto ambiental muito menor e um impacto social quase zero”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Cachoeiras de Macacu, Almir Dias.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual do Ambiente, o governo do estado considera a barragem do Guapiaçu a melhor alternativa para aumentar o abastecimento de água para os moradores de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Cachoeiras de Macacu.

No entanto, segundo a Secretaria, o processo de análise do estudo de impacto ambiental e a concessão da licença prévia para a instalação da barragem do Guapiaçu estão temporariamente suspensos, a fim de que o governo possa dialogar com os agricultores.

A matéria foi corrigida às 19h45 com a retirada de um trecho do terceiro parágrafo. O trecho suprimido foi "para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí"