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Força Nacional poderá entrar nos presídios do Rio Grande do Norte

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/03/2015 - 18:22
Brasília

Regina Miki e Kalina Leite se reuniram em Brasília para discutir os motins no Rio Grande do Norte

Situação  nos  presídios do estado foi discutida  pelas secretárias nacional e estadual de Segurança, Regina Miki e Kalina Leite          Rayne Mainara/Assecom RN

As vagas destruídas nos presídios do Rio Grande do Norte chegaram a 1,5 mil, segundo o coordenador de Administração Penitenciária do Estado, Leonardo Freire. Pelo oitavo dia seguido, presos promoveram motins em 14 das 33 unidades prisionais. A superlotação é apontada como a principal causa.

A Força Nacional de Segurança poderá atuar dentro das prisões para controlar os motins, informou a secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki. "Não temos por hábito adentrar nos presídios, mas se necessário, em apoio à força local, será feito", disse. Os 215 homens da Força Nacional de Segurança deslocados para Natal chegaram ontem ao estado.

"A situação eclodiu diante da fragilidade do sistema [prisional], que não é de hoje. A polícia tem prendido cada vez mais, e acredito que a superlotação nos presídios seja a causa do problema. Temos autorização da Secretaria de Infraestrutura para construção de outras unidades prisionais", disse a secretária de Segurança Pública Estadual, Kalina Leite. São 7,7 mil presos para 4.666 vagas.

Na manhã desta quarta-feira, houve novo motim na Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga, que foi controlado, mas resultou em mais destruição. "Foram destruídas celas e pavilhões. Os presos foram controlados dentro das muralhas, mas não temos lugar para colocá-los. Alguns são transferidos para outras unidades, já lotadas, para que se faça o serviço de restauração", diz Leonardo Freire. Segundo ele, não houve mortes.

Hoje de manhã foi controlada a rebelião no Centro Educacional de Caicó, localizado a 280 quilômetros de Natal. Dois educadores eram mantidos reféns desde ontem. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social, eles passam bem.

O Ministério da Justiça informou que está reforçando as ações de segurança pública com equipes e dois helicópteros da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, além de investimentos no sistema penitenciário.

Entre as medidas de médio e longo prazo destacam-se a aceleração das obras de construção da Cadeia Pública Masculina no município de Ceará-Mirim, cuja capacidade é 603 vagas. Serão aplicados na obra cerca de  R$ 15 milhões do Orçamento da União.

O ministério doará equipamentos de segurança, como detectores de metais, fixos e móveis, e aparelhos de raio X, dentro de até 120 dias. A pasta reforça que "não medirá esforços por agregar apoio material e logístico para o enfrentamento das atuais dificuldades”.