Número de casos de dengue aumenta 500% no Rio

Publicado em 19/08/2015 - 21:07 Por Da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A dengue volta a preocupar a população do Rio. Na capital fluminense, entre janeiro e julho, 13,5 mil pessoas foram diagnosticadas com dengue, o que representa um aumento de mais de 500% em relação a todo o ano passado, com 2.649 casos dignosticados. O ano passado também foi o ano com menor número de casos registrados da doença desde 2006, com 1861 casos. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde.

Já o número de casos com suspeita da doença em todo o estado aumentou 655% em relação aos dados de todo o ano passado, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Enquanto em 2014, em todo o ano, foram registradas 7.819 suspeitas, neste ano, esse número chegou a 51.215. Apesar do aumento, nenhum município registra epidemia da doença. Até o momento, 13 pessoas morreram em todo o estado por dengue.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que tem tomado uma série ações de prevenção para reduzir os impactos causados pela dengue. A secretaria capacitou médicos e enfermeiros de hospitais estaduais, federais, particulares e de unidades de pronto-atendimento de todo o estado, para padronizar o atendimento a pacientes com a doença. Além disso, também foram treinados profissionais de saúde das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e da polícia.

Na cidade do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde indicou que as ações de combate aos criadouros do mosquito são feitas durante todo o ano, mesmo nos meses de baixa incidência da dengue. “Este ano já foram realizadas 5 milhões visitas de inspeções a imóveis, para busca de possíveis focos do aedes aegypti, eliminando mais de 550 mil depósitos. Durante todo o ano passado, foram 8,4 milhões de visitas de inspeções e mais de 1 milhão de depósitos eliminados”, informou a secretaria.

A Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde (CVAS), responsável pelas ações de busca e eliminação dos focos do mosquito, conta com cerca de 2,5 mil agentes de vigilância ambiental em saúde, que fazem visitas regulares a todos os imóveis, independentemente de reclamações ou denúncias.

A secretaria informou que é necessário o apoio da população no combate ao vetor da doença. Segundo a secretaria, a melhor forma de colaborar para o controle do mosquito transmissor é através da eliminação dos depósitos de água dentro das casas e quintais, além de denunciar possíveis focos através do número 1746 da prefeitura. “Somente este ano, os agentes de vigilância ambiental em saúde já atenderam a 94,5% das solicitações sobre dengue feitas à central telefônica da prefeitura.”

O infectologista Edmilson Migowisk concorda com a posição de que é preciso mobilização da população no combate ao vetor da doença. “Não adianta nada aumentar os esforços se a população não se empenhar em combater o vetor. Esse é o alerta que deve ser dado.”

Para ele, os números são preocupantes, mas em relação a série histórica demonstram uma redução. Em 2013, por exemplo, foram 217.977 casos em todo o estado. “A gente não pode descartar a possibilidade de novas epidemias porque elas costumam aparecer a cada três ou quatro anos, com a renovação do vírus entre a população. Deve-se tomar um cuidado especial com as crianças, que são mais vulneráveis ao vírus.”

A secretaria estadual de Saúde tem diversos programas para reduzir o número de casos e as consequências da doença. Uma ferramenta de conscientização é a campanha 10 Minutos Contra a Dengue que alerta para a necessidade de todos se engajarem no combate ao foco do mosquito aedes aegypti. De acordo com a secretaria, o objetivo é estimular a população a investir dez minutos por semana para eliminar possíveis criadouros em suas casas, pois o ambiente doméstico concentra 80% dos focos.

Edição: Maria Claudia

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