Rio de Janeiro tem 400 km de ciclovias, mas pistas apresentam problemas

Publicado em 05/08/2015 - 05:59 Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - A ciclovia da Estrada dos Bandeirantes apresenta vários problemas como postes no meio da pista, buracos, desníveis e má sinalização. A aposentada Ilza Gomes, 55 anos, reclama de dores nas costas depois d

Rio de Janeiro - A ciclovia da Estrada dos Bandeirantes apresenta vários problemas, como postes no meio da pista, buracos, desníveis e má sinalização. A aposentada Ilza Gomes, 55 anos, reclama de dores nas costas depois de usar a cicloviaTânia Rêgo/Agência Brasil

 

A cidade do Rio de Janeiro tem uma malha cicloviária de quase 400 quilômetros (km). Para atingir a meta proposta pela prefeitura para 2016, é necessário criar mais 50 quilômetros de pistas. Apesar disso, vários problemas são encontrados nas vias já existentes. A Agência Brasil percorreu uma ciclovia de 16 quilômetros na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. Ao lado do coração dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, ciclistas reclamam de buracos, postes que atrapalham o bom fluxo de bicicletas e, até mesmo, lixeiras bloqueando a via.

“A ciclovia está quebrando o galho. É melhor do que quando não tinha, mas a ciclovia tem muito defeito. É muito malfeita. Poste no meio, vergalhão aparecendo em buracos”, conta o artesão Ari Paulo, 50 anos, que usa a ciclovia diariamente para fazer trajetos dentro do bairro.

Rio de Janeiro - O desenhista Ari Paulo, 50 anos, usa a ciclovia da Estrada dos Bandeirantes diariamente e reclama das condições da pista

Rio de Janeiro - O desenhista Ari Paulo, 50 anos, usa a ciclovia da Estrada dos Bandeirantes diariamente e reclama das condições da pista Tânia Rêgo/Agência Brasil

O técnico de segurança do trabalho David Marques, 29 anos, diz que passou a usar a bicicleta por questão de saúde, já que precisava fazer uma atividade física regular. No entanto, o que era para ser um exercício agradável acaba sendo um desafio.

“Tem postes e árvores no meio da ciclovia. Tem também muita ondulação e buraco. Então, acaba sendo uma situação de desconforto. Tinha que ser melhor cuidada. O governo faz uma campanha contra o excesso de carros na rua, mas não melhora as ciclovias e não dá apoio para a população que quer usar bicicletas”, disse.

A aposentada Ilza Gomes, 55 anos, reclama de dores depois de usar a ciclovia. “Eu fiz uma cirurgia de coluna, e essas lombadas na ciclovia acabam comigo. Ali na frente, tem um monte de lixo no meio da ciclovia. Então, você tem que ir para a rua, correndo o risco de um ônibus te acertar. Outro dia, estava atravessando minha rua e um caminhão quase me pegou.”

Para o presidente da organização não governamental Trasporte Ativo, José Lobo, o crescimento da malha cicloviária – que em 2008 tinha apenas 150 km – é positivo. O desafio agora é melhorar as ciclovias e torná-las adequadas ao uso.

“Uma ciclovia totalmente em cima da calçada, cheia de intervenção e obstáculo, onde o ciclista tem que descer e subir, acaba não servindo para nada, porque ele vai preferir andar pela rua. Muitas ciclovias antigas e algumas até recentes precisariam praticamente ser refeitas. A gente tem essa malha de quase 400 quilômetros, mas muita coisa precisa ser revista”, afirma.

Rio de Janeiro - A ciclovia da Estrada dos Bandeirantes apresenta vários problemas como postes no meio da pista, buracos, desníveis e má sinalização

Rio de Janeiro - A ciclovia da Estrada dos Bandeirantes apresenta vários problemas como postes no meio da pista, buracos, desníveis e má sinalizaçãoTânia Rêgo/Agência Brasil

Segundo ele, não é possível dizer que o Rio tem uma “malha” cicloviária, porque não há interligação entre as pistas.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi procurada, mas não respondeu sobre os problemas nas ciclovias da cidade. Sobre a inexistência de uma malha cicloviária totalmente integrada, a secretaria informou que não pretende, neste momento, interligar toda a rede. O órgão entende que a bicicleta faz as pequenas distâncias e que o veículo pode ser um “alimentador” dos transportes de massa.

Edição: Lílian Beraldo

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