Branco e amarelo são cores preferidas para o Ano Novo em comércio popular no Rio

Publicado em 31/12/2015 - 15:48 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter Agência Brasil - Rio de Janeiro

O sol forte não impediu as compras de última hora na região da Sociedade dos Amigos e das Adjacências da Rua da Alfândega (Saara), área de comércio popular, no centro do Rio. A cozinheira Elizabeth do Nascimento comprou um vestido amarelo para usar na virada do Ano Novo.

“Eu quero mais dinheiro para 2016. É mito e a gente acredita, né? Vai que rola?”, indagou sorrindo. Elizabeth disse que a falta de tempo a levou à compra de última hora, mas teve sorte de achar o que queria.

A dona de casa Ilcea Berge deixou a compra da roupa da festa de Ano Novo para o último dia. No Natal estava muito corrido. Agora para o Ano Novo foi mais devagar e deu para olhar com mais calma,”revelou. Como para ela é difícil se afastar da tradição, a cor escolhida foi mesmo a branca. “Eu gosto de roupa branca”, contou.

O gerente da loja de roupas, Marcos Souza, disse que este ano as vendas de fim de ano “foram muito devagar”. Ele calculou que houve uma queda de 20% a 25% no faturamento na comparação com o ano passado. Para tentar melhorar a situação, o jeito foi fazer promoções para atrair o consumidor que, segundo ele, sempre pediam descontos. “Sempre tem que ter uma promoçãozinha para atrair os clientes”, completou.

Outra estratégia usada por ele foi expor na entrada da loja muitas peças na cor branca. “A frente da loja sempre tem que ter peças brancas para atrair os clientes, sem deixar de lado as promoções. A promoção é a senha da venda”, admitiu.

Ledo Miranda, diretor administrativo da Rádio Saara, emissora que transmite programas com os comerciantes e chama atenção para as promoções das lojas, calculou em até 50% a queda das vendas em todos os setores que funcionam na região.

Para ele, três fatores contribuíram para a redução. Além das dificuldades financeiras dos clientes causadas pela crise econômica, houve a diminuição nas áreas de estacionamento e as obras da Prefeitura no local.

“Para o cliente comum que passa aqui para comprar uma pecinha, isso não faz diferença, mas os de atacado sofreram muito. Os clientes dos atacadistas vêm até de outros estados para comprar grandes quantidades e revender. Eles usam os próprios carros para carregar as mercadorias e precisam estacionar. Esse cliente o Saara está perdendo”, disse.

Segundo Ledo Miranda com a redução dos estacionamentos, os que continuam operando aumentaram a tarifa. “Com a escassez de espaço os poucos estacionamentos dobraram os preços. Então a diária que custava R$ 25 agora está em torno de R$50 ou R$ 60”, revelou.

Edição: Beto Coura

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